O futuro será renovável, afirma country manager da Enel Brasil

O futuro da geração de energia global é renovável e o Brasil está no topo das oportunidades, acredita Nicola Cotugno, country manager da Enel Brasil (Foto: Divulgação)
Nicola Cotugno, presidente da Enel Brasil (Foto: Divulgação)

O futuro da geração de energia global será renovável e o Brasil está bem posicionado na disputa por investimento, afirma Nicola Cotugno, country manager da Enel Brasil.

Ele foi o convidado do epbr entrevista nesta quinta (13) e trouxe a visão da companhia para geração, transmissão e distribuição de energia.

“Está muito claro para nós como empresa a nível mundial, e também no Brasil, que o futuro é renovável, porque a natureza nos oferece essa grande oportunidade, em alguns países mais, em outros menos”, disse.

Para isso, contudo, o Brasil precisa criar essas oportunidades, seja por crescimento econômico ou pela substituição de fontes fósseis.

“O Brasil pode sem dúvida, oferecer crescimento de consumo – por crescimento econômico, demográfico – e por troca das usinas de óleo, de baixa eficiência, com esta produção competitiva de baixo custo. Tem que deixar claro: renováveis são as [fontes] mais eficiente”, afirma o executivo.

O grupo tem um compromisso de chegar a 2050 com zero emissões de carbono.

“Hoje o grupo a nível mundial tem 49 mil megawatts de energia renovável. O compromisso – não é uma aspiração –  é de triplicar isso em dez anos e chegar a 145 [mil] a 150 mil MW renováveis instalados. Estamos apostando totalmente nisso, investindo só em energia renovável”, contou.

A Enel Brasil possui participações em quatro distribuidoras de energia nos estados do Rio, Ceará, Goiás e São Paulo, além de três geradoras do segmento Enel Green Power – Cachoeira Dourada e Volta Grande – e a Enel Fortaleza. No segmento de transmissão, opera por meio da Enel Cien.

A empresa anunciou recentemente a adição de 1,3 mil MW, com a construção de quatro usinas eólicas e uma solar. São quase R$ 6 bilhões em investimentos.

É uma joia ainda maior deixar o impacto positivo, não como minimização do impacto, mas criação de um impacto positivo. No passado, se falava de mitigar o dano ambiental e os impactos negativos. Hoje, podemos falar com orgulho – a gente e todos que operam no setor – sobre poder deixar impactos positivos no crescimento”, diz.

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Mercado livre

No mercado livre, a Enel vê um potencial crescente com a adoção de critérios ESG (Ambiental, Social e Governança em inglês) por instituições financeiras e a evolução do mercado de carbono.

“Hoje, nós estamos vendendo energia renovável, que é o que os clientes pedem. E pedem também certificados para comprovar que essa energia é de fonte renovável, porque querem ter um compromisso”.

Mais do que “fazer coisas boas”, para o executivo, as empresas já vêm a sustentabilidade como uma estratégia de negócio.

“O mundo financeiro olha os negócios sustentáveis de forma diferente. Um empréstimo para uma empresa que tem um negócio sustentável tem uma taxa mais baixa. Estamos construindo usinas de geração distribuída para empresas que querem ser mais autossuficientes e ter de verdade na raiz da empresa este conceito”, explica.

De acordo com Nicola, a abertura do mercado elétrico vai ampliar a competição criando um mercado livre para mais clientes, o que deve acelerar a transição energética.

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Marco da geração distribuída

Em discussão no Congresso Nacional, o novo Marco da Geração distribuída tenta dar uma solução para a retirada de subsídios do setor.

Indústria, consumidores e distribuidores divergem sobre a proposta apresentada em relatório do deputado Lafayette de Andrada (Republicanos/MG) ao projeto de lei 5.829/2019.

Para Nicola, os subsídios a geração distribuída fizeram sentido no início, mas agora esse tipo de investimento já consegue ser competitivo sem o incentivo.

“Os subsídios na geração distribuída foram colocados anos atrás, quando o custo da tecnologia estava em outro nível e se tinha que fazer os primeiros passos. Agora já chegamos ao momento que se pode correr. E não se precisa de uma ajuda, de um apoio. Por isso ficar com subsídios nesse período não precisa”, defendeu.

Ele entende que será necessário um sistema para distribuir os novos fluxos de energia, o que vai demandar investimentos.

“É uma infraestrutura que precisa ser mais digital, mais moderna no futuro. Porque uma coisa é conectar a rede de poucas usinas e muitos clientes. E outra coisa no futuro ter muitas usinas pequenas, fragmentadas, em todos lados, e muitos clientes. Harmonizar tudo isso vai precisar de redes mais inteligentes, algo que precisa investimento, e que precisamos aportar todos”.

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