CAMPINAS — A micro e minigeração distribuída (MMGD) vai responder por 23,9% da matriz elétrica brasileira em dezembro de 2029, estimou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no Plano da Operação Energética do horizonte 2025-2029 (disponível neste link), divulgado na terça-feira (8/7).
Em dezembro de 2024, a MMGD gerava 15,1% da energia da matriz elétrica brasileira, o equivalente a 35,1 gigawatts (GW). A previsão é que em 2029 a modalidade chegue a 64,1 GW.
A MMGD é composta quase que totalmente por painéis solares no Brasil.
O período é marcado pelo aumento das energias renováveis na matriz brasileira. A participação da energia solar deve crescer 7,5 GW, e a capacidade da eólica deve aumentar 3,4 GW.
Ao todo, a capacidade instalada nacional deve ter acréscimo de 36 GW no período, alta de 14,1% em relação ao final do ano passado. Com isso, o Brasil deve chegar a 2029 com uma capacidade instalada total de 268 GW.
“Com o crescimento das fontes intermitentes, novos desafios também surgiram para a operação. Dessa forma, precisamos cada vez mais de flexibilidade no sistema, com fontes de energia controláveis, que nos atendam de forma rápida para termos o equilíbrio entre a oferta e a demanda de energia”, disse, em nota, o diretor-geral do ONS, Marcio Rea.
Segundo Rea, vai ser necessário ter capacidade de atendimento ágil à demanda especialmente nos horários de pico.
“Isso é fundamental para garantir a segurança e a estabilidade do sistema elétrico brasileiro”, completou.
Entre os desafios do aumento da participação das renováveis na matriz está o curtailment, os cortes de geração que ocorrem quando a produção excede a capacidade de consumo ou de transmissão do sistema elétrico.
Em maio, o Tribunal de Contas da União (TCU) iniciou uma auditoria operacional para avaliar a regulação e gestão dos cortes de geração. Os técnicos da corte querem verificar, por exemplo, a aderência com a legislação vigente e as melhores práticas regulatórias.