BRASÍLIA – O Ministério de Minas e Energia (MME) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vão criar um grupo de trabalho para discutir como alavancar a transição energética brasileira.
O GT foi anunciado após um encontro do ministro Alexandre Silveira, com o presidente da instituição fomento, Aloizio Mercadante, nesta quarta (5/7).
Segundo o MME, estão no radar o programa de Descarbonização da Amazônia, a internalização das cadeias de painéis fotovoltaicos e lítio, e o financiamento de empresas que atuem na construção de linhas de transmissão de energia elétrica.
O programa para levar painéis solares e biodiesel à Amazônia e substituir as termelétricas a óleo diesel dos sistemas isolados é uma das bandeiras de Silveira. De acordo com o ministro, até 2030, as termelétricas a óleo devem gerar somente 20% da energia consumida na região.
O MME espera movimentar R$ 10 bilhões em investimentos no programa.
Outra demanda é criar uma cadeia de suprimentos e produção de painéis fotovoltaicos e minerais críticos à transição energética, entre eles o lítio, dentro da própria região de extração no Brasil.
Em maio, MME e governo de Minas Gerais lançaram mundialmente o projeto Lithium Valley Brazil, na bolsa de valores de Nova York, Nasdaq.
A iniciativa tenta atrair investimentos internacionais para exploração do lítio no norte mineiro, que concentra a maior reserva desse mineral no Brasil.
O lítio é considerado essencial para a transição energética, uma vez que é matéria-prima de baterias para veículos elétricos e para a cadeia de geração de energias renováveis. O mineral deve ver sua demanda crescer 40 vezes nas próximas duas décadas.
Transmissão de energia
Ainda de acordo com o MME, o grupo de trabalho também vai atuar em ações de financiamento à transmissão de energia e incremento da infraestrutura de escoamento de energia renovável produzidas especialmente no norte de Minas Gerais e na região Nordeste.
O último leilão realizado na semana passada (30/6) viabilizou R$ 15,7 bilhões em investimentos de nove lotes para a construção, operação e manutenção de 6.184 quilômetros de linhas de transmissão e subestações, com capacidade de transformação de 400 megavolts-ampère (MVA).
Ao todo, 33 empreendimentos serão construídos nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe.
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