Energia

MME descarta riscos na operação da hidroelétrica de Jirau

Governo determinou religação de térmicas a diesel em razão da seca na região Amazônica

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (Foto: Tauan Alencar/MME)
Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (Foto: Tauan Alencar/MME)

RIO – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quinta (5/10) que a pasta não vê riscos à operação da usina hidroelétrica de Jirau, no Rio Madeira.

A usina tem 3.750 MW de capacidade instalada e é uma das maiores hidroelétricas do país.

Esta semana, a usina de Santo Antônio, localizada no mesmo rio, teve as operações interrompidas devido ao baixo nível de água.

“Santo Antônio, pelas características do projeto da hidrelétrica, é a usina mais suscetível a esse tipo de impacto de escassez hídrica. Entre Santo Antônio e Jirau tem um remanso que garante maior segurança e permite maior capacidade de resiliência à crise hídrica”, disse a jornalistas em evento no Rio de Janeiro.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) determinou ontem o acionamento das térmicas Termonorte I e Termonorte II, em Rondônia, sob justificativa de ampliar a garantia do suprimento de energia no estado e também no Acre.

As usinas vão gerar energia a diesel. Com a antecipação dos efeitos climáticos do El Niño, segundo o ministro, foram elevados os estoques do combustível na região para o suprimento por ao menos 30 dias. “Há garantia de suprimento energético naquela região”, acrescentou Silveira.

Com a escassez de chuvas, a baixa histórica no nível dos rios impede a navegabilidade e prejudica o suprimento de bens à região, daí a necessidade de elevar os estoques de diesel.

Segundo o MME, o acionamento das térmicas atendeu a uma recomendação do Operador Nacional do Sistema (ONS).

“Ainda foram determinados estudos para uma eventual contratação de novas usinas geradoras na região Norte e outras medidas para ampliar a segurança do suprimento nos estados do Acre, Rondônia e Amapá, em cenários de escassez hídrica e cheias extraordinárias”, informou o ONS.

Reservatórios cheios

“Os reservatórios estão bem, vamos entrar na estação chuvosa numa situação bem melhor que entrou em anos anteriores”, afirmou o presidente do Operado Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, na semana passada.

Ciocchi esclareceu que não existe um problema de geração de energia no país e que o acionamento das térmicas visou atender somente aos momentos de pico de demanda.

A combinação da onda de calor atípica no Brasil, com a parada para manutenção na usina nuclear de Angra 2, além das restrições de transmissão adotadas depois do apagão de agosto, levaram ao acionamento de usinas térmicas e elevação dos preços da energia no mercado livre.

O preço de liquidação das diferenças (PLD) tocou o teto de 620,95/MWh na quinta (28/9), depois de ficar um ano no patamar mínimo de R$ 69,04/MWh.

Segundo o CMSE, a energia armazenada nos reservatórios que atendem ao Sistema Interligado Nacional deve atingir entre 63% e 66% no fim de outubro, sendo 62,9%, 75,9%, 60,5% e 57,8% nos respectivos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte.