AQUIRAZ (CE) – O ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira (PSD), afirmou que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) fará cálculos para verificar se existe demanda para a realização de um leilão de energia de reserva (LER).
O ministro visitou fábricas das fabricantes de componentes eólicos Aeris e Vestas, em Aquiraz (CE), nesta sexta-feira (9/8). A cadeia eólica está sofrendo com a falta da demanda por novos projetos.
No leilão de energia de reserva, o governo define o volume de energia a ser contratado. Entre 2009 e 2015 foram feitos certames desse tipo com o objetivo de ajudar a incentivar algumas fontes.
Silveira sinalizou, no entanto, que essa contratação não pode resultar em sobreoferta para as distribuidoras de energia.
“O leilão de reserva de energia, que é um grande pleito do setor, ele depende da demanda e nós estamos calculando essa demanda, a empresa de planejamento energético, a EPE, assim que essa demanda estiver apurada para que a gente não tenha sobrecontratação nas distribuidoras”, disse Silveira.
A realização de leilões de reserva e a abertura do mercado livre estão entre medidas defendidas pelo CEO da Vestas para a América Latina, Eduardo Ricotta, que podem ajudar a cadeia de fornecimento de geração eólica no Brasil a ter previsibilidade de demanda para se reerguer da atual crise.
“A gente ainda tem pedidos na carteira, mas é necessário criar esses incentivos para estimular, principalmente a partir do ano que vem, quando começam a cair as encomendas”, disse a jornalistas.
ONS avalia demanda para leilão de potência
Em relação ao leilão de reserva de capacidade (LRCAP) previsto para ocorrer ainda este ano, Silveira afirmou que o governo ainda está recebendo os dados do Operador Nacional do Sistema (ONS) para definir a demanda a ser contratada.
“Faltam uma série de posições técnicas. Falta a ONS apontar o caminho das fontes que são necessárias na ponta”, afirmou.
Sobre a crise do setor eólico, o ministro destacou que a aprovação do marco do hidrogênio poderá criar uma demanda futura para o setor de geração renovável. O texto foi sancionado com vetos, mas em um acordo com o Congresso Nacional para correção de um capítulo sobre a concessão de créditos fiscais.
“Eu espero que com a lei sancionada na semana passada aqui no Ceará pelo presidente Lula, a lei do hidrogênio verde, a gente possa no futuro breve ter demanda aqui no próprio Nordeste, gerando divisas, criando um círculo virtuoso principalmente para a realização de fertilizantes no Brasil”, disse a jornalistas.
A jornalista viajou a Aquiraz a convite e com despesas pagas pela Vestas.