Energia

Minas Gerais deve voltar a construir hidrelétricas sem a Cemig, defende vice-governador

"A Cemig precisa concentrar os seus investimentos na melhoria da sua rede de distribuição"

Minas Gerais deve voltar a construir hidrelétricas, ainda que de menor porte, sem a Cemig, defende vice-governador, Professor Mateus Simões, durante a terceira reunião do Grupo de Trabalho de Transição Energética do G20, em 27/5/2024 (Foto: G20 Brasil)
Vice-governador de Minas participa da terceira reunião do Grupo de Trabalho de Transição Energética do G20 (Foto: G20 Brasil)

BELO HORIZONTE – O vice-governador de Minas Gerais, Professor Mateus Simões (Novo), defendeu nesta segunda (27/5) que o estado volte a pensar na geração hidrelétrica, ainda que de menor porte.

“Acho que temos de voltar a pensar em produção de energia hidrelétrica no estado de Minas Gerais. Nós temos ainda um potencial não utilizado considerável”, disse o representante do governo mineiro a jornalistas, durante abertura da terceira reunião do grupo de trabalho de Transição Energética do G20.

“Os estudos indicam que é possível dobrar a capacidade de produção hidrelétrica em Minas Gerais e não estamos falando da construção de grandes barramentos, de grandes barragens, como foi o caso de Furnas, lá atrás”.

No entanto, ele defendeu que novos investimentos sejam realizados por outras empresas, e não pela Cemig. A companhia energética tem 50.97% das ações ordinárias nas mãos do estado. A FIA Dinâmica Energia detém cerca de 32% e o BNDES Participações outros 11%.

“É sim possível pensar em novos investimentos, mas eu preferiria que os investimentos não fossem feitos pela Cemig. A Cemig precisa concentrar os seus investimentos na melhoria da sua rede de distribuição. Nós temos de fazer mais subestações, mais redes trifásicas. Colocar dinheiro onde tem outro dinheiro para ser colocado, como é o caso da geração, é desprestigiar a função central da Cemig, que é garantir que a energia chegue na casa das pessoas”, completou.

Ainda de acordo com o vice-governador, as eleições municipais deste ano não devem afetar as relações com o governo federal, a quem o governador Romeu Zema (Novo) faz oposição.

“Em Minas Gerais, [as eleições] acontecem em 853 municípios. Seria muita mesquinharia da nossa parte, a gente não mistura definitivamente questões de eleição com as questões de governo”.

Zema defende privatização

Desde o primeiro mandato (2019-2022), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, defende a privatização da Cemig. Recentemente, ele defendeu o modelo de corporação, em que o controle estatal da companhia é pulverizado no mercado, por meio da venda de ações.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), por sua vez, levou ao governo federal em 2023 uma proposta de federalização da Cemig com objetivo de abater parte da dívida do estado com a União, que deve chegar a R$ 161 bilhões até o fim do ano.