Mercado livre de energia

Mais da metade do volume negociado no mercado livre de energia está concentrado em 20 comercializadoras

País tem 239 comercializadoras ativas, mais que o dobro de sete anos atrás

Brasil tem alta nas operações de fusões e aquisições no setor elétrico brasileiro em 2024, indica KPMG. Na imagem: Subestação de energia elétrica (Foto Aldward Castillo/Unsplash)
Subestação de energia elétrica | Foto Aldward Castillo/Unsplash

As 20 maiores comercializadoras de energia do país foram responsáveis por negociar 51,77% do volume de energia total do mercado livre na média dos 12 meses de julho de 2023 a julho de 2024, segundo dados da consultoria Thunders, com base nas informações mais recentes divulgadas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). 

As comercializadoras com o maior volume negociado nesse período foram a Raízen Power, com 3.748,2 megawatts médios (MWm); a Auren, com 3.617,6 MWm; e o BTG Pactual, com 3.531, 3 MWm. 

Apesar de concentrado atualmente em poucas empresas, a tendência no curto prazo é de uma pulverização maior do mercado, com a entrada de novas comercializadoras. Ao longo do tempo, no entanto, existe a expectativa de consolidação dessas empresas, em movimentos de fusões e aquisições.

No mercado livre de energia, os consumidores podem escolher a empresa fornecedora de energia elétrica, por meio da contratação direta com o gerador ou por intermédio de uma comercializadora. 

Nos últimos anos, esse mercado viveu uma intensa transformação, com a abertura gradual a mais consumidores. A partir de janeiro de 2024, todos os consumidores de média e alta tensão passaram a ter essa opção, mas com a necessidade de entrar no ambiente livre por meio da contratação de uma comercializadora. 

Expansão deu mais dinamismo ao mercado livre

A abertura levou a um maior dinamismo no ambiente de comercialização. Segundo dados da Thunders, em julho havia 239 comercializadoras ativas na CCEE, com vendas acima de 10 MWmédios no mês. No mês, cinco novas empresas passaram a integrar este grupo: AES Tietê Integra, Luz Varejista, Galaxy Energy, Nexa Energy e Aeris Com. 

O número mais que dobrou nos últimos anos. Em meados de 2017, havia menos de 100 empresas de comercialização ativas no mercado livre brasileiro. 

Ainda assim, o espaço para ampliação ainda é grande. Segundo a Thunders, em julho de 2024 havia 615 comercializadoras registradas na CCEE, mas a maioria sem praticamente nenhuma negociação. 

Inauguração do mercado varejista ampliou as oportunidades

A abertura do começo deste ano exigiu que os novos consumidores a ingressar no mercado livre contratassem comercializadoras. Na prática, foi essa liberalização que inaugurou o mercado de varejo no ambiente livre no Brasil. 

De acordo com a Thunders, em julho havia 124 agentes com perfil varejista cadastrados na CCEE, dos quais 109 tinham negociações ativas. 

Na média dos 12 meses anteriores, as maiores comercializadoras varejistas foram a EDP Smart, com uma negociação de 83,2 MWm; Matrix, com 56,27 MWm; e a AES Tietê Integra, com 43,2 MWm. 

Segundo a EDP, a ampliação do portfólio agora busca ampliar a atuação no segmento de pequenas e médias empresas. 

“O que nos chama a atenção é a adesão maior do que se imaginava pelas empresas. O segmento de alta tensão poderá agregar cerca de 100 mil unidades consumidoras potenciais, ou seja, cresce a competitividade, mas aumenta também o potencial a ser explorado”, diz o diretor comercial da EDP na América do Sul, Diogo Baraban.