Transferência de controle

Justiça prorroga prazo para acordo entre Amazonas Energia e Aneel

Juíza entende que as partes estão buscando uma solução para a transferência de controle da distribuidora

Loja de atendimento aos clientes da Amazonas Energia no bairro Cidade Nova, da capital Manaus (Foto Divulgação)
Loja de atendimento aos clientes da Amazonas Energia no bairro Cidade Nova, da capital Manaus | Foto Divulgação

BRASÍLIA – A Justiça Federal concedeu nesta quinta-feira (25/7) mais uma prorrogação para a conclusão da transferência da Amazonas Energia para a Âmbar, do grupo J&F. As partes terão mais 90 dias para se acertarem com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

No último despacho, a juíza Jaíza Maria Pinto Fraxe, da 1ª Vara Federal Cível do Amazonas, entendeu que tanto a distribuidora quanto a Aneel estariam dispostas a chegar em acordo e, por esse motivo, havia condições para uma nova prorrogação do prazo.

“Diante desse cenário, considerando a essencialidade do serviço de distribuição de energia elétrica e a necessidade de viabilizar a continuidade das negociações para a resolução definitiva do impasse, defiro o pedido de prorrogação requerido até que haja composição administrativa ou judicial sobre a questão, ou finalização dos procedimentos junto à Aneel e ao ministério competente, o que ocorrer primeiro”, escreveu.

A distribuidora amazonense pleiteia mais uma audiência de conciliação após a Aneel pedir um prazo maior para análise da proposta de acordo.

A reportagem procurou a Aneel, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

Tentativa de acordo se arrasta por meses

Em março foi realizada uma audiência, com a presença de representantes da Aneel e do Ministério de Minas e Energia. 

Na ocasião, a Amazonas concordou em apresentar uma nova proposta. Depois disso, a Justiça concedeu um maior prazo para acordo, que terminava nas próximas semanas.

Tanto a Âmbar quanto a Amazonas Energia visam aumentar os repasses financeiros relativos a flexibilizações.

A Aneel discorda dos R$ 14,1 bilhões previstos na transferência de controle autorizada pela Justiça no fim de 2024.

A diretoria colegiada da agência chegou a negar a proposta da Âmbar, mas uma liminar forçou a transferência de controle.

A Aneel recorreu e, desde então, tem ocorrido tratativas para viabilizar um acordo. Enquanto isso, a agência tem sido obrigada a fazer repasses relativos a flexibilizações reembolsadas pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC).

Esses recursos dizem respeito a critérios de eficiência de perdas não-técnicas da Amazonas Energia. São os chamados “gatos”.

A concessionária do Amazonas tem um alto índice de furto de energia e inadimplência.

O processo de transferência foi iniciado a partir da edição da medida provisória 1232/2024, que visava salvar a Amazonas Energia.

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