O governo japonês suspendeu a proibição de funcionamento da maior usina nuclear do mundo, Kashiwazaki-Kariwa, na ilha de Honshu, costa do Mar do Japão. A planta operada pela Tokyo Electric Power Company (Tepco) tem 8.212 MW de capacidade instalada.
A Autoridade de Regulação Nuclear determinou, em 2021, que a central nuclear fosse proibida de operar na sequência de uma série de revelações sobre falhas nas medidas antiterrorismo da usina, explica a NHK.
Kashiwazaki-Kariwa já tinha sido desligada em 2012, após o acidente em Fukushima, que levou à paralisação de todas as usinas nucleares do Japão.
Para voltar a funcionar, no entanto, a central ainda precisa do aval das autoridades locais, a prefeitura de Niigata, a cidade de Kashiwazaki e a vila de Kariwa, onde está localizada, informa a Reuters.
Maior acidente desde Chernobyl
O acidente na usina nuclear de Fukushima, também operada pela Tepco, aconteceu em 11 de março de 2011, quando um terremoto de magnitude 9 provocou um tsunami que inundou os prédios dos reatores.
Na ocasião, estavam em funcionamento três dos seis reatores do complexo. O sistema de resfriamento dos reatores em operação entrou em colapso, causando derretimento nuclear nas três unidades.
O acidente foi seguido por explosões causadas pela acumulação de hidrogênio, o que levou ao vazamento de um volume gigantesco de radiação. Foi o maior desastre nuclear desde Chernobyl, em 1986.
A previsão é que o descomissionamento da usina nuclear leve até 40 anos.
Mais de 80 centrais nucleares foram desligadas após o acidente, especialmente na Alemanha e nos Estados Unidos.
O Japão retomou a geração nuclear em 2015 e vem religando os reatores paulatinamente desde então.