Itaipu: Brasil tem capacidade para compensar aumento da demanda do Paraguai

Itaipu: Brasil tem capacidade para compensar aumento da demanda do Paraguai

O aumento da demanda por energia do Paraguai vai reduzir os montantes que o Brasil poderá importar da produção da usina de Itaipu. A EPE estima que a partir de 2023, a demanda paraguaia por energia deve crescer a uma taxa de 5% ao ano, mas o sistema elétrico brasileiro consegue absorver essa redução na oferta com tranquilidade.

Thiago Barral participou nesta terça-feira, 14, do primeiro encontro da série Diálogos da Transição, organizado pela epbr e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), no Rio de Janeiro.

“Na nossa avaliação, isso dá para absorver tranquilamente. Dada a dimensão do mercado brasileiro e os cenários de maior ou menor crescimento na demanda no Paraguai, essa diferença é facilmente absorvida nos leilões de energia”, afirmou nesta terça, 14, o presidente da EPE, Thiago Barral. A taxa de crescimento de 5% ao ano é prevista no Plano Decenal de Energia (PDE) 2027.

“Estamos olhando cuidadosamente essa questão de Itaipu. O Paraguai tem preferência pela sua parcela de energia e o Brasil tem preferência em comprar aquilo que o Paraguai na consome. A medida que os consumo paraguaio cresce, a parcela disponível para importação reduz”.

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No início deste ano, o governo federal montou um grupo de trabalho que será responsável pela proposta brasileira na negociação com do chamado Anexo C do Tratado de Itaipu que levou a construção da usina, há 46 anos. Estão previstas a renegociação de condições comerciais, que levarão em consideração também o fim da amortização dos investimentos e a redução no preço da energia produzida pela usina bilateral.

O Anexo C prevê o início da vigência dos novos termos a partir de 2023. O prazo atual para conclusão dos trabalhos é a próxima sexta, 17. Em abril, o governo prorrogou o grupo por mais 30 dias.

“Tem outra dimensão que é a forma como essa energia vai ser comercializada. Ela vai para o mercado livre? Vai estar atrelada ao dólar, ao real? Será contrato por quantidade? São dimensões que estão sendo estudadas e até por uma questão de estratégia de negociação mantem-se um nível de reserva como forma de não contaminar a negociação com o lado paraguaio”.

A Itaipu Binacional tem 14 GW de potência instalada e, em 2018, forneceu 15% de toda a energia consumida no Brasil e 90%, no Paraguai. Em 2018, produziu 96,6 milhões de MWh. O Paraguai tem direito a metade da energia gerada, mas por falta de demanda, consome cerca de 15% da sua cota. O restante é importado para o Brasil.

Diálogos da Transição são uma série de eventos promovidos pela epbr e pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Veja todo conteúdo em eixos.com.br/transicao.