Clima extremo

Incêndios provocaram cerca de 65 mil casos de cortes de energia em 2024

Levantamento da Abradee aponta aumento no número de ocorrências nos últimos quatro anos

Poste de energia elétrica da rede da Enel, na Via da Saúde (SP), com cabos desconectados durante apagão, em 6/11/2023 (Foto Rovena Rosa/Agência Brasil)
Poste de energia elétrica com cabos desconectados durante apagão em São Paulo, em 6 de novembro de 2023 (Foto Rovena Rosa/Agência Brasil) | Rovena Rosa/Agência Brasil

Levantamento da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) mostra que a frequência e a intensidade dos eventos climáticos extremos estão, cada vez mais, impactando a infraestrutura elétrica do país.

Em 2024, o ano mais quente já registrado no planeta e com seca recorde em boa parte do Brasil, foram registradas mais de 65 mil ocorrências emergenciais de incêndios que atingiram a rede de distribuição, provocando o desligamento do fornecimento de energia em diversas partes todo o país.

Utilizando informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a associação observa um aumento de 38% nas ocorrências em relação a 2023, quando foram registrados 47 mil casos de interrupções provocadas por fogo.

É um salto significativo também quando comparado a dados de 2020 (26 mil casos): em quatro anos, o número de ocorrências mais do que triplicou.

Segundo a Abradee, essa escalada reflete a frequência maior de eventos climáticos extremos, sobretudo as secas prolongadas registradas nos últimos anos.

E a chegada do inverno, a estação seca, aumenta o risco para a rede elétrica.

No ano passado, os meses de julho a setembro foram marcados por mais de 19 mil casos de interrupções no auge da seca.

“A cada ano estamos vendo no setor um aumento do número de casos de interrupções no fornecimento de energia causado por queimadas. Esse cenário mostra que o impacto dos eventos climáticos, como as secas prolongadas, tem crescido sobre o segmento de distribuição de energia e sobre a vida das pessoas”, diz Marcos Madureira, presidente da Abradee.

“A situação deve se agravar com a chegada da estação seca, por isso é essencial que as pessoas tenham cuidado para não gerar focos de incêndio na vegetação, que não soltem balões, não façam fogueiras, não lancem pontas de cigarros acesas nas estradas e não usem o fogo para limpeza de terrenos”, completa.

De 2020 até o final de 2024, segundo o levantamento da Abradee, mais de 21 milhões de unidades consumidoras foram afetadas diretamente com o corte no fornecimento de energia elétrica causado pela ameaça do fogo à rede elétrica.

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