Horário de verão

Horário de verão pode gerar economia de R$ 1,8 bi por ano com redução da demanda de potência, afirma ONS

ONS afirma que mudança nos relógios pode reduzir necessidade de contratação de potência para atender aos momentos de maior consumo de energia do sistema brasileiro

Na imagem: Torres de transmissão de energia elétrica de alta tensão com sol se pondo ao fundo (Foto Albrecht Fietz/fietzfotos/Pixabay)
Linhas de transmissão de energia de alta tensão | Foto Albrecht Fietz/Pixabay

BRASÍLIA – O retorno do horário de verão poderia gerar uma economia de R$ 1,8 bilhão por ano, com a redução da necessidade de contratação de potência para atender aos momentos de maior consumo de energia do sistema brasileiro, concluiu o estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentado na semana passada ao Ministério de Minas e Energia (MME).

O operador estimou que o adiantamento dos relógios poderia levar a uma redução de cerca de 2 gigawatts (GW) de demanda nos horários de pico do consumo, no começo da noite.

O cálculo da economia leva em consideração as receitas fixas previstas para os projetos que venceram o primeiro leilão de reserva de capacidade, em 2021.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) já calcula que o sistema elétrico brasileiro vai precisar de oferta adicional de potência a partir de 2027.

O retorno do horário de verão está em avaliação pelo governo federal, em meio à crise hídrica que afeta as usinas hidrelétricas.

Segundo o ONS, a adoção da medida neste próximo verão pode resultar em uma economia de até R$ 356 milhões, pois o deslocamento da rampa de consumo seria capaz de otimizar os custos da geração solar.

Caso os relógios sejam antecipados em uma hora, a demanda máxima noturna pode cair 2,9%.

Segundo o levantamento do ONS, seria uma redução significativa no custo da operação entre os meses de outubro e fevereiro.

“Recomenda-se a implantação do horário de verão, visto que há ganhos positivos para o setor elétrico, contribuindo para a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN) e, principalmente, ampliando a capacidade de atendimento na demanda de máxima no horário noturno”, resume o estudo.

As simulações consideram um contexto de poucas chuvas, com necessidade de maior acionamento de térmicas.

Numa projeção para um melhor cenário hidrológico, a estimativa é de uma economia de R$ 244 milhões.

Reações ao horário de verão

O Ministério de Minas e Energia e o Palácio do Planalto ainda avaliam a publicação do decreto que prevê o horário de verão. Na quinta-feira (19/9), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a decisão seria tomada em dez dias.

Um dos setores da economia que fez críticas à medida foi o segmento de aviação.

“A entrada súbita do horário de verão causará, por parte das empresas aéreas brasileiras, alterações de horários em cidades brasileiras e internacionais que não aderem à nova hora legal de Brasília”, diz uma nota conjunta publicada na terça (24/9) pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta), a International Air Transport Association (Iata) e a Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (Jurcaib).

Um dos setores que defende que a medida trará benefícios à economia é o de bares e restaurantes.