BRASÍLIA – A volta do horário de verão traria um melhor aproveitamento das energias solar e eólica, de forma que essas fontes poderiam contribuir para atender ao início da rampa de consumo, avalia a consultoria Thymos Energia.
Como as usinas solares têm um pico de geração que vai das 13h às 17h, poderiam ser estratégicas para atender a carga necessária no fim da tarde.
Além disso, o levantamento da Thymos aponta que o início da noite é um dos momentos de melhor desempenho da geração eólica, o que contribui para cobrir a rampa de consumo.
Esse é o momento de aumento da demanda no sistema pois, ao fim do horário comercial, os consumidores retornam para as suas casas e usam iluminação, aparelhos eletrônicos e o chuveiro elétrico. No horário convencional, esse movimento se inicia a partir das 18h.
O governo convocou para a quinta-feira (19/9) uma reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para debater ações lidar com a crise hídrica e uma das medidas em análise é o retorno do horário de verão.
A última vez em que adiantamento dos relógios ocorreu foi entre os anos de 2018 e 2019.
Segundo Mayra Guimarães, diretora de regulação e estudos de mercado da Thymos Energia, a configuração do setor elétrico se alterou desde então.
“Quando a decisão pela retirada do horário de verão ocorreu, a geração solar era muito menor, e sua influência na decisão entre manter ou não o regime era quase indiferente. Mas essa situação mudou”, explica.
Atualmente, a geração solar fotovoltaica representa 17,4% da matriz elétrica nacional, superando os 40 gigawatts (GW) de capacidade instalada, o que inclui geração centralizada, micro e minigeração distribuída.
Em 2024, houve uma expansão de 3 gigawatts (GW) na capacidade instalada em energia solar.