BRASÍLIA – O Ministério de Minas e Energia (MME) avalia projetos de conexão à rede que podem elevar o consumo de energia em 37,4 gigawatts (GW) até 2037. A lista, enviada à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), inclui empreendimentos para produção de amônia e hidrogênio verde, além de data centers.
Dois dos projetos que mais demandarão carga dos sistemas de geração e transmissão de energia são voltados para a fabricação de hidrogênio verde e estão previstos para a cidade de Parnaíba (PI).
O Green Energy Park tem previsão de atingir um consumo de 15,4 GW em 2037. Já o H2V Solatio Piauí demandará 11,4 GW nesse mesmo ano.
Antes disso, em 2030 já há previsão de que o montante necessário para os dois empreendimentos chegue a 10 GW. Ambas as iniciativas ainda dependem da autorização do MME.
Na cidade de Caucaia (CE) estão previstos projetos que vão exigir uma carga de 4,6 GW. Tratam-se de dois empreendimentos para a produção de amônia verde: Projeto Amônia Verde, no Complexo de Pecém, e Projeto Iracema.
Nessa região, há ainda previsão de dois data centers: Pecém I e II. Ainda não houve a publicação de portarias autorizando a conexão.
A H2 Pecém, em São Gonçalo do Amarante (CE), já obteve a autorização do MME, com um consumo de energia previsto para chegar a 600 megawatts (MW) a partir de 2030. Na mesma cidade, também está prevista a planta de hidrogênio verde da Fortescue, com consumo estimado em 1,2 GW.
São Paulo terá volume de data centers
Entre os empreendimentos já autorizados e aguardando a portaria de autorização do MME, há data centers a serem implantados no estado de São Paulo. A potência total necessária é estimada em 644 (MW) em 2037.
Segundo a área técnica da Aneel, as instalações se concentrarão na região metropolitana estendida de São Paulo.
Há previsão de data centers nas cidades de São Paulo (DCT Sinergy Canmpus São Paulo), Barueri (Tamboré), Jundiaí (DCT-Sinergy) e Santana de Parnaíba (DCT Sinergy Campus Alphaville e Data Center Aurea 02).
Consulta pública
A diretoria da Aneel aprovou em reunião nesta terça-feira (01/10) a abertura de uma consulta pública para colher informações até o dia 18 de novembro sobre as requisições de acesso à rede básica por unidades consumidoras.
Durante a reunião, a área técnica a agência apontou que existem riscos que podem surgir devido ao número de solicitações de grande porte para conexão à rede. A desistência das empresas é uma das principais questões, pois deixaria as linhas de transmissão ociosas.
Nesse caso, são cobrados encargos rescisórios nos contratos de uso de sistemas de transmissão (CUST).
A diretoria espera regulamentar o tema para se preparar para o crescimento na demanda por energia que os novos empreendimentos vão demandar.
Atualmente, as seis maiores unidades consumidoras conectadas à rede básica incluem empreendimentos do segmento de metalurgia e mineração, que totalizam uma demanda de 2,3 GW em horário de ponta.