Resiliência energética

Governo redefine projetos de transmissão no RS para reforçar infraestrutura após enchentes

Ministério altera traçados de linhas e reloca subestações em Porto Alegre para prevenir danos em novas enchentes; investimentos devem durar 30 anos

Thiago Barral, secretário de Transição Energética do MME, fala durante reunião bilateral CEM15 — MI.9, em 1º de outubro 2024 (Foto Ricardo Botelho/MME)
Thiago Barral, secretário de Transição Energética do MME, fala durante reunião bilateral CEM15 — MI.9, em 1º de outubro 2024 (Foto Ricardo Botelho/MME)

JUIZ DE FORA — O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou mudanças nos projetos do leilão de transmissão 2025, visando fortalecer o sistema elétrico da região metropolitana de Porto Alegre, atingida por enchentes históricas em maio de 2024.

De acordo com a pasta, em nota, as alterações foram apresentadas nesta quinta-feira (24/04) durante reunião no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), com a participação do Comitê de Planejamento Energético do Rio Grande do Sul (Copergs).

As principais modificações incluem:

  • Aumento de 19,26 km para 20,4 km na LT 230 kV Ivoti 2 — São Sebastião do Caí 2.
  • Redução de 44 km para 42,6 km na LT 230 kV Caxias — São Sebastião do Caí 2.
  • Relocação das subestações SE São Sebastião do Caí 2 e SE Ivoti 2 para áreas acima de 40 metros de altitude — medida busca minimizar riscos em eventos climáticos extremos.

Originalmente parte do Leilão 002/2024, essas obras foram transferidas para o Lote 3 do Leilão 04/2025. O pacote contempla a construção de duas linhas de transmissão de 230 kV, duas subestações de 230/138 kV e o seccionamento da LT 230 kV Caxias — Campo Bom.

A decisão, e acordo com nota do MME, ocorre após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio passado, quando o MME iniciou uma revisão técnica em julho de 2024 junto à Aneel e à EPE. O objetivo é garantir o fornecimento de energia seguro e estável por pelo menos três décadas, adaptando a infraestrutura às novas condições climáticas.

O secretário nacional de Transição Energética do MME, Thiago Barral, afirmou que as obras do leilão garantirão a operação das novas linhas e subestações no Sistema Interligado Nacional (SIN) pelas próximas três décadas. Segundo ele, foi feita um cruzamento de informações com o objetivo de identificar os impactos das manchas de inundação sobre as novas linhas de transmissão e subestações previstas para a região.

“Foi oportuno apresentar na reunião de hoje o que foi feito, os benefícios que as mudanças potencialmente trazem para resiliência e adaptação da infraestrutura que está sendo contratada”, disse.

As alterações, segundo a pasta, buscam atender ao crescimento da demanda na região metropolitana de Porto Alegre, mantendo os padrões de qualidade e confiabilidade do Sistema Interligado Nacional.

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