BRASÍLIA — O Brasil alcançou em julho a marca de 23 gigawatts (GW) de capacidade em geração própria de energia elétrica, com mais de três milhões de unidades consumidoras. Cerca de 98% da chamada geração distribuída (GD) vem de painéis solares instalados em telhados e terrenos.
O restante, corresponde à capacidade de fontes eólica, biogás e biomassa entre outras.
Guilherme Chrispim, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), avalia que o ano de 2023 tem sido extremamente positivo para a GD. No primeiro semestre, foram adicionados mais de 4 GW de potência ao sistema e associação espera que mais 3 GW sejam conectados até o final do ano, totalizando ao menos 26 GW.
“A crescente adoção de sistemas fotovoltaicos em residências, comércios e indústrias, aliada a incentivos governamentais e avanços tecnológicos, assegura economia para consumidores e empreendedores, uma vez que o insumo energia é uma das principais parcelas dos custos de ambos”, afirma.
Por estado, Minas Gerais (3,1 GW) e São Paulo (3 GW) lideram em capacidade instalada, seguidos por Rio Grande do Sul (2,3 GW), Paraná (2,2 GW) e Santa Catarina (1,4 GW), de acordo com dados da Aneel.
Por classe de consumo, as residências somam 11 GW, seguidas de comércios (6,5 GW) e instalações rurais (3,4 GW).
O que é geração distribuída?
A geração distribuída permite aos consumidores gerarem a própria energia elétrica. Com a redução dos custos dos sistemas de geração solar fotovoltaica e o aumento das tarifas das distribuidoras, esse modelo tem se popularizado no país.
No Brasil, 98,8% da potência instalada em sistemas de microgeração e minigeração distribuída – que atendem a consumidores de baixa potência, como residências e pequenos comércios – são da fonte solar fotovoltaica. Na prática, o cliente passa a gerar energia, que vira um crédito que é descontado na conta de luz.
Quanto custa?
Em média, hoje no Brasil o custo para a instalação de 1kW é de R$ 4 mil, segundo a ABDG.
Como o consumo médio de uma família brasileira está em 6 kW, é possível estimar um custo de cerca de R$ 24 mil para a instalação de um sistema que vai atender a quatro pessoas.
“Mas pode sair mais caro, depende da complexidade do projeto”, ressalva Chrispim.
Vale ressaltar que existe a possibilidade de financiar o valor a ser investido ou pagar com recursos próprios.
De acordo com a vice-presidente da Absolar, Bárbara Rubim, o retorno do investimento, quando com recursos próprios, costuma ser de cinco anos, em uma economia que pode chegar a 85% do preço pago na conta de luz.
- Quer saber mais? Confira o passo a passo para aderir à geração distribuída de energia