O Brasil atingirá 11 GW instalados de capacidade a partir da micro e minigeração distribuída em 2029, com 1,3 milhão de clientes em todos os estados, o que representará cerca de 2,3% da carga total do sistema nacional, no final da década. A previsão faz parte do Plano Decenal de Energia (PDE) 2029, divulgado nesta terça (11) pelo Ministério de Minas e Energia e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
O estudo aposta que em uma década a geração distribuída ganhará mais de 9 GW de capacidade, com investimentos estimados em R$ 50 bilhões. A grande maioria desse volume será suprido por sistemas solares fotovoltaicos, que devem somar quase 10 GW de capacidade de geração em 2029.
Hoje, a geração distribuída tem, de acordo com dados da Absolar, 2GW de capacidade instalada, representando 1,2% de todo parque gerador de energia do país. Desse total, 99,8% da capacidade atual instalada é de sistemas solares fotovoltaicos.
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O segmento de geração distribuída vive um momento de transformação desde que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abriu no ano passado consulta pública para revisão da resolução normativa 482/2012, que define regras para mini e microgeração distribuída no país.
Capacidade instalada total será de 251 GW
No total, a evolução da capacidade instalada deve subir 43%, dos atuais 176 GW para 251 GW. A geração centralizada terá uma evolução de 37%, de 16 GW para 221 GW, enquanto a autoprodução crescerá 41%, saindo de 13,2 GW para 18,6 GW.
De acordo com o PDE, os setores de geração centralizada, geração distribuída e transmissão vão demandar juntos R$ 456 bilhões em investimentos até 2029. A maior parte irá para a geração centralizada, com R$ 303 bilhões em investimentos. Já o setor de transmissão demandará sozinho R$ 104 bilhões.
Em 2029, as fontes renováveis de energia serão 80% da capacidade instalada no país. Os destaques são as evoluções nas participações da fonte eólica, que salta de 9% hoje para 16% em 2029, e o gás natural, que passará dos 7% de participação hoje para 14% ao final da década. Já a participação de hidrelétricas deve cair de 58% para 42%, mostrando o esgotamento desse modelo.
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