A Excelerate Energy foi a única empresa a entregar proposta para arrendamento do terminal de gás natural liquefeito (GNL) da Bahia, na segunda licitação aberta pela Petrobras.
Essas informações foram antecipadas aos assinantes do político epbr, serviço exclusivo para empresas da agência epbr.
A empresa ofereceu pouco mais de R$ 3 milhões de pagamento mensal, totalizando R$ 92 milhões para o contrato de dois anos e meio.
No questionário de due diligence (auditoria) de integridade entregue pela Excelerate Energy, contudo, há respostas que não puderam ser visualizadas pela equipe de licitação da Petrobras, restando ao menos esta pendência para a conclusão do negócio.
“A representante da Excelerate Energy se comprometeu a disponibilizar o formulário”, diz a ata da licitação, vista pela agência epbr.
A ata também indica que a planilha de preços apresentada pela empresa contém uma condicionante, o que não é aceito pelo edital.
“A Petrobras avaliará as informações apresentadas e se posicionará através de circular”, conclui a ata da licitação.
A Excelerate Energy, sediada nos Texas (EUA), fornece e opera unidades flutuantes de regaseificação de GNL. No Brasil, têm um contrato de afretamento com a Petrobras para a FRSU Experience, instalada no terminal da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
Atualmente, o terminal de GNL da Bahia (TR-BA) tem capacidade autorizada para regaseificar 20 milhões m³/dia de gás natural. Localizado na Baía de Todos os Santos, em Salvador, está conectado à malha de transporte de gás natural.
O arrendamento inclui equipamentos para geração e suprimento de energia elétrica localizados no Terminal Aquaviário de Madre de Deus (TEMADRE), integrantes do TR-BA.
Diversas empresas foram pré-qualificadas para a concorrência:
- Gás Natural do Brasil S.A
- Bahiagás
- Excelerate Energy L.P
- Compass Gás e Energia
- Repsol LNG Holding
- BP Energy do Brasil
- Total Gás & Eletricidade do Brasil
- Eneva
- Shell Brasil Petróleo e Shell Energy do Brasil Gás
- Excelerate Energy Comercializadora de Gás Natural
- CH4 Energia
Primeira licitação foi cancelada
Esta é a segunda vez que a Petrobras licita o arrendamento do TR-BA. Ano passado, a concorrência também terminou com apenas uma proposta, da Golar Power Comercializadora, que acabou desclassificada.
A Golar Power ofereceu R$ 130 milhões pelo arrendamento do terminal de GNL da Bahia, mas a Petrobras atribuiu à empresa um alto grau de risco de integridade (GRI).
A decisão foi tomada após o então presidente da Golar Power, Eduardo Antonello, ter sido alvo de uma operação da Lava Jato, por conta de sua atuação no passado na Seadrill, empresa de sondas de perfuração.
A investigação apura irregularidades em contratos de sondas de águas profundas fechados com a Petrobras.
De lá para cá, a Hygo Energy, antiga controladora da Golar Power no Brasil, foi vendida para New Energy Fortress (NEF), empresa dos EUA que assumiu a operação de GNL no Brasil em um negócio de US$ 5 bilhões.
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GNL é central no controle da crise energética
Diante das restrições na capacidade de fornecimento de energia pelas hidrelétricas, o governo federal está tomando medidas para garantir o despacho termelétrico e poupar a energia armazenada nos reservatórios.
Neste contexto de crise energética, a importação de GNL é fundamental para garantir o combustível para as térmicas, tanto que a Petrobras está ampliando a capacidade de importação por outro terminal, o do Rio de Janeiro.
A companhia vai elevar a capacidade máxima de importação no terminal, de 20 milhões para 30 milhões de m³/dia.
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Saboia, garantiu nesta terça (15) que não há risco de desabastecimento.
Uma preocupação do mercado é com a parada para manutenção da plataforma de Mexilhão, na Bacia de Santos. Ela serve como hub para transferência do gás natural do Rota 1, que conecta campos do pré-sal à Caraguatatuba (SP), com capacidade para 10 milhões de m³/dia.
“A Petrobras já tem um plano para mitigar essa deficiência de fornecimento por intermédio de gás natural liquefeito importado por navios. O cenário que entrevemos hoje é que não haverá essa falta [de combustível]”, afirmou Saboia em audiência na Câmara dos Deputados.
A manutenção da plataforma de Mexilhão deve durar 30 dias, a partir de 15 de agosto.
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