RIO — A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) vai ter uma diretoria de transição energética, anunciou o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, durante a posse do novo presidente da estatal, Thiago Prado, no Rio de Janeiro, na manhã desta sexta-feira (29/9)
“Vai ser criada a diretoria da transição energética, é fundamental. Não existem resultados e políticas públicas concretas, com resultado positivo, sem planejamento”, disse a jornalistas. Silveira não deixou claro se a ideia é abrir uma diretoria adicional no órgão ou adaptar a área de energia elétrica da EPE.
“[A transição energética] é uma oportunidade que temos nessa nova economia, quem não acreditar vai estar fora da economia global em dez anos. O Brasil será o grande protagonista. O presidente Lula acredita nessa política e trabalhamos de forma concreta para que isso se torne realidade”, acrescentou.
O ministro afirmou ainda que pediu à EPE para avaliar a possibilidade de realizar um segundo leilão de linhas de transmissão de energia em 2024. Até então estava prevista a realização de apenas um leilão no próximo ano.
Este mês, a então presidente interina da EPE, Angela Livino, já havia indicado que haveria necessidade de uma expansão adicional no sistema de transmissão, além da mapeada, pois os gargalos de escoamento da geração elétrica do Nordeste não estariam resolvidos com os dois leilões previstos para este ano e o leilão agendado para 2024.
Segurança energética e integração regional na pauta
O novo presidente da EPE, Thiago Prado indicou que alguns dos temas que terão a atenção do órgão no curto prazo serão a integração energética do Brasil com outros países da América Latina, além da garantia da segurança do suprimento.
Durante o discurso de posse, na sexta-feira (29/9), Prado citou a busca por soluções para projetos termelétricos que garantam a segurança energética, sem gerar novos pesos nas tarifas.
“Na atual conjuntura do mercado de geração, entendo que há espaço para o desenvolvimento e concepção de uma nova categoria de projetos hidrelétricos no país”, disse Prado.
O executivo lembrou ainda que o país terá usinas térmicas que serão desativadas nos próximos anos. “Precisamos pensar em novos produtos e novos arranjos de mercado para o parque termelétrico que nos próximos 15 anos será desativado sequencialmente”, acrescentou.
Ao citar a transição energética, Prado disse que o país pode “criar os próprios caminhos”, já dada a liderança brasileira no uso de fontes renováveis.
“Não precisamos tropicalizar os caminhos para a transição energética de outros países”, afirmou.