Energia

EPE vai precisar de dois meses para avaliar impactos de Angra 3 na tarifa

Informações serão levadas ao CNPE para decidir sobre conclusão do projeto 

Empresa de Pesquisa Energética (EPE) vai precisar de dois meses para avaliar impactos de Angra 3 nas tarifas de energia elétrica. Na imagem: Obras de construção da usina nuclear de Angra 3, em Angra dos Reis (RJ), que tem potência prevista de de 1,4 GW e poderá atender 4,5 milhões de pessoas (Foto: Divulgação Eletrobras)
Angra 3 será a terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ). Previsão é que nova unidade, com potência de 1.405 MW, será capaz de gerar mais de 12 milhões de MWh/ano (Foto: Divulgação Eletrobras)

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) vai precisar de 60 dias para elaborar os efeitos nas tarifas de energia da usina nuclear de Angra 3 (RJ). As informações serão levadas ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que vai decidir sobre a conclusão ou abandono das obras.

A estatal, no entanto, só vai conseguir avançar com os trabalhos depois que receber os estudos do BNDES sobre os investimentos necessários e a modelagem de contratação da empresa responsável pela conclusão da obra.

Segundo o presidente da EPE, Thiago Prado, a expectativa era que o trabalho tivesse sido entregue no dia 31 de maio, o que não ocorreu. O órgão tem feito reuniões intermediárias com o BNDES para ter acesso aos dados de forma preliminar, ainda assim, vai precisar de cerca de dois meses depois da entrega completa do estudo para concluir a análise sobre os preços, disse Prado.

Há expectativa de que a próxima reunião do CNPE possa ocorrer em setembro.

Em construção desde a década de 1980, Angra 3 pode ser a maior usina nuclear do país, com capacidade de 1,4 gigawatt (GW). Os estudos independentes sobre a conclusão de Angra 3 foram encomendados em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro.

Uma primeira versão foi concluída pelo BNDES e entregue em novembro de 2022 à Eletronuclear e ao Tribunal de Contas da União (TCU). Com a troca de governo, em 2023, foi necessário encomendar uma revisão, que ainda está em curso.

Substituição do carvão pela nuclear

Em paralelo, a Eletronuclear disse que apoia a substituição das usinas termelétricas a carvão por pequenos reatores nucleares (SMRs, na sigla em inglês). A proposta está em votação na plataforma Brasil Participativo, do governo federal, e faz parte do Plano Nacional sobre Mudança do Clima.

“Além de gerar energia com menos emissões de carbono, a ação iria otimizar o uso do solo e promover de forma coerente e justa a transição energética da cadeia carbonífera do Brasil”, disse a companhia em nota.

A empresa afirmou, no entanto, que teve ligação com o surgimento da proposta, que partiu da iniciativa pessoal de um indivíduo, conforme divulgado na plataforma.