A geração de energia a partir dos ventos alcançou a marca de 21,03 gigawatts (GW) de capacidade instalada no Brasil, ante os 17,7 GW em 2020, com 777 parques eólicos distribuídos por 12 estados. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).
Segundo a associação, a energia gerada é suficiente para abastecer 28,8 milhões de residências, atendendo cerca de 86,4 milhões de pessoas.
A expansão de mais de 3 mil megawatts em 2021 é o maior incremento da fonte desde 2014, quando o crescimento foi de 2.786 MW, de acordo com a Aneel.
A fonte também representa pouco mais de 40% dos empreendimentos em construção de geração de energia. Somente em novembro, a Aneel liberou para operação comercial os empreendimentos com potência total de 561,13 MW.
E a expectativa é continuar crescendo. Segundo a Abeeólica, até 2026, o país pode chegar a pelo menos 33 GW de capacidade instalada, considerando os contratos já assinados.
Brasil é o 7º em capacidade
Com US$ 35,8 bilhões investidos no setor entre 2011 e 2020, o Brasil saiu do 15º lugar no Ranking Mundial de capacidade instalada de energia eólica em 2012, e hoje ocupa a 7ª posição.
Desde 2018, a eólica é a segunda fonte de geração de energia elétrica no Brasil. De acordo com os dados de janeiro da Abeeólica, a fonte representa 11,5% da matriz.
Em dias de recorde, chega a atender cerca de 20% do país durante todo o dia. No ano passado, durante a crise hídrica, a fonte bateu o recorde de abastecer todo o Nordeste, durante um dia inteiro, por mais de uma vez.
Atingiu 11.680,00 MWmed no pico, em 6 de agosto, na região Nordeste. Vale dizer que 80% dos parques eólicos brasileiros estão na região.
No Sistema Interligado Nacional (SIN), a energia dos ventos chegou a responder por 18,4% do consumo, com o fator de capacidade de 68,61% e a geração de 12.486,08 MWmed.
Na média do ano, os parques eólicos produziram 8.242 MW médios, volume 27,1% maior do que 2020. Já as usinas solares fotovoltaicas geraram 878 MW médios, montante 29,3% superior.
Em 2021, a média do consumo de eletricidade no Brasil foi de 64.736 MW, volume 4,1% superior a 2020, aponta a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Os dados da CCEE também refletem o impacto do avanço da demanda combinado à crise hídrica que afetou o abastecimento dos reservatórios.
As hidrelétricas entregaram 42.462 MW médios para o Sistema Interligado Nacional (SIN), uma retração de 8,8% na comparação anual.
Em compensação, o acionamento de termelétricas — cuja geração de energia é mais cara e poluente — rendeu 16.245 MW médios, uma alta de 43,5%.