RIO – A Eletronuclear está retomando as obras de construção da usina Angra 3 (1.405 MW), em Angra dos Reis (RJ), afirmou o presidente da companhia, Eduardo Grand Court.
“O pessoal já começou a trabalhar – conseguimos uma liminar para suspender o embargo imposto pela prefeitura e estamos no início de uma retomada, trabalhando com a empresa Ferreira Guedes, que ganhou a licitação”, afirmou Grand Court à Agência Brasil.
Ele se refere às obras do Plano de Aceleração do Caminho Crítico de Angra 3 – conjunto de obras de engenharia que antecedem a contratação de uma “epecista” para concluir a usina.
Segundo Grand Court, a contratação deve ocorrer em 2024. Caberá à empresa, ou consórcio, finalizar as obras civis e a montagem eletromecânica da usina, o que ocorrerá por meio de contrato de EPC (sigla em inglês para engenharia, gestão de compras e construção).
A contratação ainda depende da modelagem que está sendo feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e que determinará os investimentos necessários e a melhor forma de retomar o empreendimento como um todo.
O estudo terá de ser submetido, em seguida, ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e ao Tribunal de Contas da União (TCU).
“Uma vez isso concluído, é publicado um edital, uma licitação internacional, para que as empresas deem seus lances. Aquela que for vencedora é que vai retomar de forma plena o empreendimento”, explicou Grand Court
Custo é estimado em mais de R$ 20 bilhões
O MME estima que a conclusão de Angra 3 demandará mais R$ 20 bilhões. Esse valor se soma aos cerca de R$ 7,8 bilhões já aportados no empreendimento.
O custo estimado para abandonar completamente as obras, por sua vez, é de R$ 13,6 bilhões. A usina está prevista para entrar em operação até 2029.
Angra 3 será a maior usina nuclear do país. O projeto está em construção desde a década de 1980. As obras foram interrompidas pela última vez em 2015, na esteira dos casos de corrupção deflagrados pela Operação Lava Jato. Ao todo, 65% do projeto está concluído.