BRASÍLIA – A Eletronuclear está trabalhando para contratar em março do próximo ano serviços de construção civil e montagem eletromecânica para concluir etapas da chamada “linha crítica” da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro. A estratégia é concluir etapas vitais da obra para ampliar as frentes de trabalho do futuro contrato de EPC, que deve ser firmado no fim de 2021 para concluir a usina.
A contratação de uma empresa por meio de um EPC – contrato de engenharia, suprimento e construção – para finalização de Angra 3 foi recomendada pelo Conselho do Programa de Parcerias e Investimento em um relatório de junho deste ano. O BNDES está à frente da análise para definição da modelagem e licitação.
“Se nós contratássemos a empresa apenas quando BNDES terminasse seus estudos, nós não poderíamos garantir que a usina entraria em operação ainda no ano de 2026″, explicou o assessor da Diretoria Técnica da Eletronuclear, Roberto Travassos, durante o XI Seminário Internacional de Energia Nuclear nesta quarta (28).
O objetivo faz parte do Plano de Aceleração da Linha Crítica para construção civil e montagem eletromecânica de parte da usina.
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A expectativa é que esta primeira etapa das obras seja iniciada em outubro de 2021. Simultaneamente, o planejamento do governo é publicar o edital do EPC para a segunda fase de obras em agosto do próximo ano para que as obras comecem em março de 2022.
Assim, a usina deve entrar em operação comercial no final de novembro de 2026, segundo o planejamento.
O modelo proposto pelo BNDES para terminar as obras de Angra 3 possibilita a participação de parceiro privado, mas não de forma mandatória. Com isso, o acompanhamento dos estudos e definições deixaram de ser avaliados pela Secretaria do PPI e passou a ser objeto do CNPE. Atualmente, os estudos estão dedicados ao cálculo da futura tarifa de energia de Angra 3.
Ainda de acordo com Travassos, a segregação dos riscos financeiros e de construção prevista na proposta facilita a entrada de mais interessados, tanto como parceiros financeiros quanto como epecistas.
O relatório recomenda também o equacionamento das principais dívidas relacionadas à Angra 3, com o BDNES com a Caixa Econômica Federal.
A Eletronuclear estima que o custo para conclusão de Angra 3 seja da ordem de R$ 14,5 bilhões, além dos R$ 12 bilhões já investidores.
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Eletrobras quer continuar a participar de setor nuclear mesmo privatizada, diz presidente
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, disse no evento que a empresa pretende manter uma participação na Eletronuclear mesmo após a privatização da companhia.
O projeto que será analisado pelos parlamentares que capitaliza a Eletrobras prevê a criação de uma nova estatal que será responsável pela gestão dos ativos nucleares, bem como a participação brasileira em Itaipu e os projetos sociais do governo para o setor elétrico.
A Constituição Federal impede que empresas privadas tenham participação na geração de energia nuclear por se tratar de monopólio estatal da União.
“Em uma eventual privatização, nós consideramos fortemente ser um acionista privado de participação minoritária da Eletronuclear”, disse.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, também participou da abertura do evento, elencou metas futuras para o setor, como a criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear e a retomada da mineração de urânio.
De acordo com o ministro, as atividades nucleares devem render investimentos de R$15,5 bilhões nos próximos anos e com a expectativa de ampliação de exportação de urânio/yellow cake para 1,5 toneladas/ano.
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