Mercado livre de energia

Electra compra Enliv mirando a abertura do mercado livre

Grupo busca soluções descomplicadas e relacionamento com clientes de baixa tensão

Franklin Miguel é CEO da Electra Energy (Foto Divulgação)
Franklin Miguel é CEO da Electra Energy | Foto Divulgação

BRASÍLIA – De olho na abertura do mercado livre de energia, o grupo Electra anunciou a aquisição da startup Enliv. O relacionamento com clientes de baixa tensão e as soluções de tecnologia foram decisivos para o negócio.

A compra faz parte da estratégia de negócios da Electra Energy, comercializadora do grupo.

Já que o governo federal dá sinais de que a abertura total do mercado ocorrerá até 2030, a empresa se movimenta para estar bem posicionada até lá. Quando essa liberalização ocorrer, as migrações ao ambiente de contratação livre (ACL), até então restritas a indústrias e comércios, serão possíveis a clientes residenciais de baixa tensão.

O grupo Electra vinha estudando possibilidades na geração distribuída desde o ano passado, mas o comportamento dos consumidores trouxe novas ideias para a empresa.

“Alguns dos nossos clientes atendidos em alta tensão no mercado livre nos procuravam para que a gente entregasse uma solução para a baixa tensão. Como não tínhamos esse produto, acabávamos encaminhando para algum parceiro nosso. E a Enliv era uma dessas parceiras”, disse o CEO da Electra Energy, Franklin Miguel.

As dinâmicas de relacionamento com o cliente e a simplificação de processos são aprendizados que a Enliv poderá agregar quando chegar a hora da migração para os clientes residenciais.

“Existe a necessidade de se ter um processo muito simplificado, uma linguagem simples e uma automação nesse processo. Apesar de a gente já estar atendendo os consumidores ligados em alta tensão, para esse tipo de cliente, o linguajar é um pouco menos técnico do que o linguajar daquele cliente do atacado”, afirmou.

A transação une duas empresas com perfis distintos. Fundada em 2023, a Enliv opera nas áreas de micro e minigeração distribuída (MMGD) para clientes de baixa tensão e no mercado livre para atender clientes de grande porte.

Já o grupo Electra tem 30 anos de trajetória e está presente na geração e na comercialização de energia. O conglomerado mira as soluções de contratação de energia limpa descomplicada pelo consumidor final.

A Electra fará um aporte para comprar 80% da Enliv. Os valores não foram divulgados. Os recursos serão usados para investimentos em marketing e tecnologia.

A segunda etapa do negócio ocorre daqui a cinco anos, com a aquisição dos 20% restantes. O aporte dependerá do valor de mercado da startup, com um piso previsto em contrato.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias