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BRASÍLIA – O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, mudou sutilmente o discurso que vinha adotando sobre a possibilidade de racionamento no Brasil diante a crise hidroenergética.
Em entrevista à Globonews, Albuquerque disse que “é difícil prever o futuro” ao ser questionado sobre a possibilidade de racionamento compulsório de energia elétrica.
“É difícil prever o futuro. Nós trabalhamos com cenários, modelagens, e os cenários de hoje apontam que não teremos necessidade de adotar racionamento seja em outubro ou em novembro. Temos oferta de energia suficiente e teremos condições sim se continuarmos dessa forma”, pontuou.
Ele reiterou ainda que o sistema elétrico é monitorado a todo momento, bem como as medidas aplicadas.
“Se forem necessárias novas medidas? Vamos avaliar e implementar”.
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A postura mais cautelosa acontece um dia após o vice-presidente, Hamilton Mourão, ter admitido a possibilidade de racionamento de energia por conta da baixa dos reservatórios.
“O governo tomou as medidas necessárias. Criou uma comissão para acompanhar e tomar as decisões a tempo e a hora de impedir que haja apagão. Agora, pode ser que tenha que ocorrer algum racionamento. O próprio ministro (de Minas e Energia) falou isso”, disse Mourão nesta quarta (01), em entrevista na saída do Palácio do Planalto.
Nesta semana, o governo lançou o programa de redução voluntária da demanda para incentivar o racionamento de energia no mercado cativo. Já tinha também criado um programa para consumidores eletrointensivos, como indústrias, para negociar a economia de blocos de geração e evitar contratações de energia mais cara.
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Segundo Albuquerque, a iniciativa está “indo muito bem”, mas não deu maiores detalhes sobre a quantidade de empreendimentos inscritos no programa ou quanto de energia vem sendo ofertada pelos grandes consumidores aptos.
Também não deixou claro se haverá um prazo para que o governo avalie o impacto do programa voluntário para os consumidores cativos.
“Vamos aguardar. Acreditamos que possamos sim ter uma resposta boa dos consumidores”
Ele avaliou que o governo está sendo conservador diante de uma situação excepcional. Qualquer questionamento sobre possíveis ações que poderiam ter sido implementadas no passado, segundo Bento Albuquerque, é “exercício de futurologia”.
“Estaríamos fazendo isso fora da nossa metodologia. Você dizer que você deveria abandonar uma metodologia existente comprovada tecnologicamente cientificamente por conta de estar melhor agora é um exercício de futurologia que é difícil de fazer”, afirmou
O conjunto de iniciativas desta semana foram tomadas pelo Executivo após o recrudescimento da crise hídrica. No início do ano, o governo avaliava que a crise hídrica seria um problema de potência, mas já se tornou também uma crise de energia.
“Ainda é cedo para se fazer uma avaliação de que poderia ter sido tomada outras medidas. Mas posso dizer que medidas vêm sendo tomada desde outubro do ano passado, inclusive de forma preventiva, e isso se mostrou acertado”, disse em relação a contratação de termelétricas desde o final de 2020″, diz o ministro.
Também fez parte do pacote de iniciativas a criação de uma nova bandeira tarifária chamada Escassez Hídrica, com adicional de R$ 14,20 por cada 100 kWh consumidos até abril de 2022, para custear o acionamento de térmicas sem contrato e a importação de energia nos próximos meses.
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