Crise hídrica

Despacho térmico deve ser limitado para não pesar na tarifa, defende Luiz Barata

Presidente da Frente Nacional de Consumidores cobra medidas para evitar acionamento de termelétricas

Despacho de termelétricas deve ser limitado para custos não pesarem na tarifa de energia, defende Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia (Foto Divulgação)
Luiz Eduardo Barata é presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia | Foto Divulgação

BRASÍLIA – O presidente da Frente Nacional de Consumidores de Energia, Luiz Barata, questionou a necessidade de despacho de usinas termelétricas em meio à crise hídrica.

A Frente defende que é importante limitar o acionamento de termelétricas aos horários de maior necessidade, além de implantar ações específicas para contornar o contexto de baixo nível de chuvas. 

A implementação de medidas como o horário de verão e o programa de resposta de demanda são algumas das propostas para ajudar a limitar a demanda e a reduzir a necessidade de despacho termelétrico. 

“Nós não estamos com prenúncios de crise de energia. E precisamos tomar muito cuidado porque este movimento poderá nos levar a medidas que, de novo, irão aumentar a conta de luz”, afirmou durante o Seminário Nacional dos Consumidores de Energia, promovido pela entidade nesta quarta-feira (18/9), em Brasília.

No início de setembro, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) autorizou o acionamento de térmicas fora da ordem de mérito, o que ainda não ocorreu. A decisão do CMSE envolve térmicas a gás natural liquefeito (GNL), que precisam planejar as cargas para eventuais despachos futuros.

Para Barata, são necessários diagnósticos precisos, para evitar a implementação de medidas desnecessárias e que tragam aumento nos custos repassados aos consumidores.

“Podemos ter problemas de atendimento em alguns períodos e atendimento de potência. Então, obviamente, nós não vamos negar a necessidade de uso de térmicas. Mas nós entendemos que existem outras medidas que podem e devem ser utilizadas na direção de reduzir o uso dessa fonte e, consequentemente, reduzir o aumento da nossa conta de luz”, disse.

Ele cobrou transparência do governo em relação às condições de reservatórios e sobre a segurança energética do país durante o período seco.

O CMSE se reunirá, de forma extraordinária, nesta quinta-feira (19/9). A pauta da reunião incluirá um debate sobre a volta do horário de verão.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem falado abertamente que o governo estuda a volta da medida, que não é adotada desde o verão 2018/2019. Mas, além de critérios de economia de energia, haverá a visão de fomento à economia.

Um dos pontos na defesa do retorno do horário de verão é a pressão do setor de bares e restaurantes. 

“Muitos dizem, mas a economia é pequena. Mas economia é economia. Seja de R$ 1 ou R$ 1 milhão. Se não for prejudicial, ela deve ser, sim, implementada. Não é apenas ligado à questão de energia. Existem outros aspectos que são alguns beneficiados e outros até prejudicados pelo horário de verão. Por isso é que se faz uma análise ampla”, opinou Barata.