PPAs

Data centers e hidrogênio vão estimular contratos de compra de energia solar e eólica em 2025

País deve ter mais de 2 GW em contratos de para fontes renováveis este ano

Tanque de armazenamento de hidrogênio associado a geração eólica e solar
Planta de hidrogênio produzido a partir de energia eólica e solar

LYON (FR) – O Brasil deve registrar mais de 2 gigawatts (GW) em contratos corporativos de compra de energia solar e eólica, os PPAs (em inglês, power purchase agreements), em 2025, estima o BloombergNEF.

Além de fatores como crescimento econômico e ondas de calor mais frequentes, a consultoria afirma que novas indústrias ampliam a demanda por energia, como os segmentos de data centers e hidrogênio.

O cenário é uma mudança em relação a 2024. O ano passado foi desafiador para a compra corporativa de energia no país e diminuiu a demanda por novos PPAs, segundo a BloombergNEF.

Entre os motivos estiveram o excesso de oferta de energia de fonte hidrelétrica, o crescimento das instalações de energia solar de baixo custo e as incertezas sobre o corte de geração, ou curtailment — cujas perdas somaram R$ 1,7 bilhão em 15 meses até novembro de 2024, de acordo com associações do setor.

Para 2025, no entanto, as tendências são mais positivas, sobretudo pelas projeções de aumento na demanda por energia.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estima que a demanda por energia no país vai chegar a 82,7 GW em 2025, aumento de 3,5% em relação a 2024.

Até agosto, o Ministério de Minas e Energia (MME) tinha contabilizado 22 projetos de data centers no país. A previsão é que a demanda deles pode chegar a 9 GW até 2035. 

Já a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) aprovou 12 projetos de hidrogênio verde em 2024, crescimento de 50% com relação a 2023.

Impactos climáticos

Outra previsão do BloombergNEF para o Brasil é o aumento na volatilidade dos preços da energia, relacionado, principalmente, à incerteza sobre os níveis de água nos reservatórios de hidrelétricas.

Em 2025, a La Niña, fenômeno que resfria as águas do Oceano Pacífico, deve aumentar as chuvas na região Norte. No entanto, tende a reduzir a precipitação nas regiões Sul e Sudeste, o que pode agravar a seca.

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