Com a crise no abastecimento de energia elétrica, que já dura 17 dias, o Amapá aguarda a normalização do serviço prometida pelo governo federal para o próximo sábado (20).
O último corte de energia ocorreu na noite de terça (17) e atingiu 13 dos 16 municípios do estado. O fornecimento de energia às cidades estava ocorrendo por um sistema de rodízio e a causa do novo corte de energia ainda está sendo investigada.
Nesta tarde, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, chegou ao estado para acompanhar o processo de restabelecimento de energia nos próximos dois dias. Ele foi acompanhado de representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
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De acordo com o governo, ao todo 47 unidades geradoras com capacidade de 45 MW estão sendo instaladas nas subestações da Companhia de Eletricidade do Amapá em Santa Rita (20 MW) e Santana (25 MW), para normalizar o fornecimento.
Nesta tarde, a justiça Federal determinou o afastamento por 30 dias da diretoria da ANEEL e do ONS dos postos. A decisão do juiz João Bosco Costa Soares da Silva, da 2ª Vara Federal Cível da 1ª Região, visa garantir a análise da Polícia Federal e do TCU na apuração de responsabilidades sobre o apagão de energia no estado.
A crise de fornecimento repercute no Senado, que vota hoje um projeto que trata da compensação para consumidores de energia do estado em decorrência dos apagões. De autoria do senador Lucas Barreto (PSD-AP), o PL 5187/2020 também determina a instalação de mecanismo de segurança nos estados produtores de energia elétrica.
Na prática, a compensação vai zerar a fatura de clientes residenciais, industriais e comerciais, definindo um crédito que terá o mesmo valor cobrado pela distribuidora na fatura mensal. o benefício durará até o mês em que o serviço for completamente restabelecido.
Nas redes sociais, parlamentares do estado e da oposição criticam a atuação do governo federal. Ex-governador do estado, o deputado Camilo Capiberibe (PSB/AP) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro ignora as perguntas sobre o que está acontecendo no Amapá, não visitou o estado e nem se solidarizou com a população.
O presidente @jairbolsonaro ignora as perguntas sobre o que está acontecendo no Amapá. #EleNão veio aqui #EleNão se solidarizou conosco. O povo do Amapá se sente abandonado e humilhado no 17o dia de apagão. Duvida? Então assiste👇🏽#SOSAmapá#ImpeachmentMME#NãoàPrivatização pic.twitter.com/rZay7wUbFi
— Camilo Capiberibe (@CamiloPSB) November 19, 2020
Já o senador Randolfe Rodrigues atacou hoje os diretores da ANEEL, afirmando que atuam de forma cínica no caso. “Vocês não são parte da solução, vcs deram causa ao problema!”, disse o senador, que é autor da ação que pediu afastamento da diretoria da agência.
A cara de cinismo dos dirigentes da ANEEL nem treme! Vamos deixar claras as coisas! Vcs não são parte da solução, vcs deram causa ao problema!https://t.co/3q4oDKAXeS
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) November 19, 2020
Também na oposição, parlamentares do PT usaram a crise de fornecimento no Amapá para criticar a proposta de privatização do setor elétrico do governo Bolsonaro. O deputado Rubens Otoni (PT/MG) afirmou que “é temerário” e “uma irresponsabilidade” o setor público abrir mão do controle de setores estratégicos.
Também em Brasília, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou hoje, por unanimidade, a nova data da eleição municipal na capital, Macapá. O pleito foi remarcado por conta dos apagões para 6 de dezembro. Um eventual segundo turno ocorrerá em 20 de dezembro.