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Diálogos da Transição
APRESENTADA POR
Editada por Nayara Machado
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Ônibus e caminhões que atravessam a Rodovia Presidente Dutra entre Rio de Janeiro e São Paulo poderão contar com uma nova opção de abastecimento.
Nesta sexta (24/11), o governo estadual do Rio de Janeiro lançou um projeto-piloto de corredor sustentável com sete postos de combustíveis adaptados para abastecer veículos pesados a gás natural e biometano.
A ideia é incentivar a substituição de diesel fóssil por combustíveis com menor intensidade de carbono e reduzir a poluição sonora, de acordo com a Secretaria de Energia e Economia do Mar, que coordena o projeto.
No corredor, os veículos poderão ser totalmente abastecidos em um terço do tempo normal. Em um posto não adaptado, um ônibus ou caminhão leva de 45 a 50 minutos para encher o tanque com gás natural. Já nos novos, o processo é feito em 15 minutos.
Para incentivar os postos a aderir ao projeto, o governador Cláudio Castro (PL) publicou um decreto criando o Selo Corredor Sustentável, concedido aos que se adaptarem para fornecer combustíveis de baixo carbono.
Navio elétrico
Do outro lado do mundo, o movimento é de eletrificação e já alcança os navios. Na quinta (23/11), a greentech Yinson (YGT) e o consórcio Goal Zero apresentaram o primeiro navio de carga totalmente elétrico de Singapura.
Com 18,5 metros, o Hydromover promete zerar emissões e reduzir os custos operacionais em até 50% em comparação com uma embarcação convencional.
O navio leve foi projetado com soluções de bateria substituíveis e pode transportar até 25 toneladas de carga.
E já tem cartas de intenções de cinco potenciais parceiros que possuem uma frota combinada de mais de 150 embarcações.
Eirik Barclay, CEO da YGT, conta que a greentech iniciou conversas com empresas na Indonésia, interessadas em implantar o navio para transporte de mercadorias em águas remansas e eletrificação na pesca local.
Decolando com SAF
Em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde ocorre na próxima semana a principal conferência climática da ONU (COP28), a Emirates decolou pela primeira vez com um A380 abastecido com 100% de combustível sustentável.
O maior avião comercial do mundo fez um voo demonstração na quinta (23/11), a partir do aeroporto internacional DXB com SAF puro em um dos quatro motores.
A intenção foi demonstrar o potencial de substituição do querosene convencional fóssil por alternativas renováveis sem a necessidade de adaptação dos equipamentos.
Em março de 2022, a fabricante Airbus já tinha voado com um A380 para demonstrar a viabilidade de usar apenas SAF. A viagem durou três horas e usou 27 toneladas de combustível renovável fornecido pela TotalEnergies.
Com metas setoriais de zerar as emissões líquidas até 2050, a indústria de aviação está dando passos cada vez mais largos para inserir o SAF nas suas operações.
No próximo dia 28 de novembro, é a vez da britânica Virgin Atlantic, que tem programado o primeiro voo transatlântico de uma aeronave abastecida com 100% de combustível sustentável.
Cobrimos por aqui:
- Transporte marítimo precisa investir até US$ 28 bi por ano para net zero em 2050
- Embraer testa jatos usando apenas combustível sustentável
- Petróleo perderá espaço para biocombustíveis e eletrificação na AL até 2050
Curtas
Baixo carbono na Petrobras
O plano estratégico da Petrobras para o período 2024-2028 prevê investimentos de US$ 7,5 bilhões em exploração de óleo e gás – aumento de 25% em relação ao planejamento anterior. Apesar do crescimento, a área terá menos investimentos do que os projetos de baixo carbono, que vão receber US$ 11,5 bilhões no período.
Destaque para eólica e solar
As fontes renováveis vão receber US$ 5,2 bilhões da Petrobras. No setor eólico, a petroleira já anunciou planos de construir 30 GW de parques offshore e de comprar usinas onshore. A companhia também fechou parceria com a WEG para desenvolver um aerogerador nacional.
Transição na indústria
Investimento em energia renovável está no radar de 42% das indústrias brasileiras, mostra uma pesquisa da CNI divulgada nesta sexta. O levantamento com mais de mil executivos de todas as unidades da federação aponta que, para os próximos dois anos, o principal foco de investimento é o uso de fontes renováveis de energia.
Em seguida vem a modernização de máquinas (36%) e medidas para otimizar o consumo de energia (32%). Além disso, 75% dos entrevistados disseram ter muito ou algum interesse em adotar energia solar nos negócios.
Net Zero na Telefónica
A operadora anunciou esta semana que pretende alcançar uma redução de 90% em suas emissões operacionais globais (escopo 1 e 2), além de 56% em toda a sua cadeia de valor até 2030 e chegar ao net zero em 2040. As previsões foram antecipadas após o grupo atingir 80% de redução em 2022, oito anos antes do previsto.
Artigos da semana
– O que dizem os Projetos de Lei sobre Hidrogênio de Baixo Carbono? Os principais pontos dos projetos para o hidrogênio de baixo carbono no Congresso, por Fabiola Sena, Cristiane Araújo, Frederico Freitas, Hugo Crema e Guilherme Czernay
– O impacto das fraudes tributárias no mercado de combustíveis do Brasil Monofasia do ICMS auxiliou no combate à sonegação, mas complexidade tributária permite práticas ilícitas que distorcem preços ao consumidor, escreve Fabio Florentino
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