Tarifas de energia

Conta de luz vai subir em média 2,64% em 2025, projeta Thymos

Após ano com aumentos tímidos, consumidor deve observar maior aumento nas tarifas; maior diferença será sentida no Sul

Consumidores vão propor fim da CDE em 2023. Na imagem: Foto parcial de uma conta de energia (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Extinção da CDE pode provocar uma redução média da ordem de 10% nas contas de luz, segundo cálculos da Abrace, que representa grandes consumidores de energia (Foto Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

BRASÍLIA — Os reajustes nas tarifas de energia elétrica em 2025 levarão a um aumento médio de 2,64% para os consumidores no Brasil, conforme projeção da consultoria Thymos Energia. No ano anterior, o aumento foi de 0,45%.

Segundo a consultoria, um fator relevante para a diferença em relação aos reajustes do ano passado é a a quitação dos empréstimos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) contratados em 2020 e 2021, a conta Covid e a conta Escassez Hídrica.

Além disso, contribui para o aumento o repasse de créditos tributários relacionados a decisões judiciais sobre PIS e Cofins.

Os reajustes variam conforme a região do país. A maior alta está prevista para o Sul, estimada em 7,16%.

No ano passado, a região recebeu suporte significativo do Programa Nacional de Apoio aos Atingidos pelas Mudanças Climáticas (Pronamc), em decorrência das graves enchentes no Rio Grande do Sul. Por isso, na comparação anual, o percentual do reajuste ficou mais acentuado.

Já a região Norte tem previsão de alta de 4,73%.  O Centro-Oeste deve registrar acréscimo de 2,91%, enquanto o Nordeste terá uma elevação de 1,42%. 

No Sudeste, tradicionalmente a região com tarifas mais altas, a estimativa é de reajuste mais baixo, de 1,10%.

“No caso do Norte, o principal impacto vem do aumento do custo de distribuição, que inclui despesas com operação e manutenção das redes, além da remuneração dos ativos e outros custos regulatórios das distribuidoras”, disse a head de utilities e regulação econômica da Thymos, Ana Paula Ferme.

A especialista considera que os reajustes estão “dentro de uma faixa razoável”, quando comparados com anos anteriores, com aumentos acima de 10%.

“Ainda assim, é importante que o consumidor fique atento: parte da redução observada agora se deve a ajustes pontuais que, por regra, acabam sendo revertidos no ano seguinte, pressionando novamente as tarifas”, afirmou.

A expectativa da Thymos é que a medida provisória 1300/2025, da nova tarifa social, altere as contas apenas a partir de janeiro de 2026. Uma das iniciativas da MP que tende a impactar as tarifas é a divisão de encargos entre todos os consumidores.

A adoção da nova tarifa social de energia já foi aprovada pela Aneel para entrar em vigor a partir de julho. Os efeitos combinados do aumento de custos com a ampliação do benefício social, os novos rateio dos encargos e a redução de subsídios serão sentidos ao longo do tempo, de acordo com as decisões que forem tomadas no Congresso Nacional.

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