Tarifas de energia

Conta de Desenvolvimento Energético chega a R$ 49,2 bilhões em 2025

Fontes incentivadas e programas sociais elevaram os subsídios em 32% em relação ao ano anterior

Energia solar fotovoltaica por assinatura cresce no Brasil; entenda como funciona e vantagens. Na imagem: Mulher segurando conta de luz da Energisa (Foto: Divulgação)
Conta de luz da Energisa (Foto: Divulgação)

BRASÍLIA — A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o orçamento anual da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em R$ 49,227 bilhões, um aumento de 32% em relação a 2024.

O fundo setorial inclui os encargos pagos por todos os consumidores de energia elétrica do país. No ano anterior, os subsídios totalizaram R$ 37,1 bilhões.

Desse total, R$ 46,8 bilhões são pagos pelos consumidores. O restante é custeado por multas e receitas.

As fontes incentivadas — o que inclui usinas eólicas, solares, termelétricas a carvão e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) — totalizarão R$ 17,2 bilhões, um aumento de R$ 4,2 bilhões em relação ao ano passado.

Os subsídios à micro e minigeração distribuída (MMGD) devem crescer R$ 300 milhões e chegarão a R$ 1,9 bilhão.

Políticas sociais

O orçamento também terá impactos relacionados a políticas públicas introduzidas pelo governo federal.

A expansão da tarifa social, implementada a partir de julho, custará R$ 1,1 bilhão. O benefício foi reformulado a partir da Medida Provisória 1300/2025

A partir do ano que vem, essa conta subirá para R$ 1,7 bilhão, já que os descontos vão valer para o ano inteiro.

Houve um aumento no orçamento do programa Luz Para Todos, que passou de R$ 2,5 bilhões para R$ 3,9 bilhões, em função de maiores metas de universalização de energia.

A Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), inserida na CDE, sofrerá um acréscimo de R$ 1,6 bilhão, chegando a R$ 12,6 bilhões.

O aumento está relaciona às flexibilizações concedidas à Amazonas Energia, que enfrenta dificuldades financeiras e recebeu benefícios econômicos a partir da medida provisória 1232/2024.

A distribuidora amazonense está, desde o ano passado, em processo de transferência de controle à Âmbar Energia, braço do grupo J&F.

O crescimento da CCC ocorrerá apesar da interligação do estado de Roraima, prevista para ocorrer ainda em 2025.

O Ministério de Minas e Energia projeta que haverá uma economia acima de R$ 1 bilhão.

Roraima é o único estado fora do Sistema Interligado Nacional (SIN) e depende da geração local a partir de termelétricas.

Teto a partir de 2026

Na semana passada, o governo editou a MP 1304/2025 vai limitar impactos nas tarifas ao estabelecer um teto para CDE. O limite vai ser determinado pelo orçamento da CDE no ano de 2026.

Os valores que ultrapassarem o teto serão pagos pelo Encargo de Complemento de Recursos.

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