O consumo nacional de energia elétrica totalizou 44.972 gigawatts-hora (GWh) em junho de 2025, redução de 1,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. É o terceiro recuo mensal consecutivo no consumo total de eletricidade no país, informa a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A queda é um reflexo das temperaturas mais amenas, que contribuem para menor uso de aparelhos de ar-condicionado, e da cobrança adicional da bandeira vermelha nas tarifas em junho.
Entre as classes de consumo, segundo a EPE, apenas a indústria registrou aumento, com avanço de 0,7% na comparação anual. Já o segmentos residencial apresentou retração de 0,8%, enquanto o comercial teve queda de 4,4%.
Regionalmente, a demanda subiu no Norte (+3,0%), Nordeste (+0,6%) e Sul (+0,5%). No caso do Sul, a base de comparação favoreceu o crescimento, já que o consumo em junho de 2024 havia sido afetado pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Sudeste (-3,8%) e Centro-Oeste (-0,3%) puxaram a queda no resultado nacional.
No acumulado de 12 meses, o consumo nacional somou 562.943 GWh, aumento de 2,1% ante o período anterior. A EPE explica que a tendência de crescimento ainda se mantém no consolidado anual, apesar das quedas nos últimos meses.
Ambiente livre
Em junho, o mercado livre respondeu por 45,9% do consumo nacional, com 20.639 GWh.
O segmento registrou alta de 6,5% no consumo e crescimento de 52,8% no número de consumidores em relação a junho de 2024, segundo a EPE.
Nordeste e Sul lideraram a expansão do consumo no mercado livre, enquanto o Centro-Oeste teve o maior aumento de consumidores (+76,2%).
Em paralelo, o mercado regulado das distribuidoras teve queda de 7,3% no consumo em junho, com 24.332 GWh. O número de consumidores cativos cresceu 1,6% no período.
Conforme detalha a EPE, o Norte teve a menor retração (-0,3%), e o Sul registrou o maior aumento no número de consumidores nesse segmento (+2,5%).
A migração de consumidores cativos para o ambiente livre segue acelerada após a abertura do mercado a todos os clientes de alta tensão, em janeiro de 2024, conforme definido pela Portaria nº 50/2022 do Ministério de Minas e Energia.
A EPE avalia que esse movimento segue como um dos principais vetores de mudança no perfil de contratação do setor.
As informações são da Resenha Mensal e do Boletim Trimestral do Mercado de Energia Elétrica da EPE.