BELO HORIZONTE — A Enel São Paulo confirmou que às 13h de quinta-feira (11/12) cerca de 1,3 milhão de clientes permanecem sem energia na Região Metropolitana de São Paulo. A distribuidora já restabeleceu o fornecimento de outros 1,2 milhão.
A interrupção no fornecimento foi causada na quarta-feira (10/12), após a passagem de um ciclone extratropical na região.
Segundo a companhia, o evento climático causou danos severos à infraestrutura elétrica.
A distribuidora mobilizou mais de 1.600 equipes ao longo do dia para reparos na infraestrutura e disponibilizou 700 geradores para atender situações prioritárias.
Fora da região metropolitana, cerca de 116,4 mil clientes em municípios atendidos pela CPFL, Neoenergia Elektro, EDP SP e Energisa Sul-Sudeste também registraram interrupção no fornecimento, segundo a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp).
Prejuízo de R$ 700 milhões
Segundo análise do professor da Faculdade do Comércio de São Paulo (FAC/SP) Rodrigo Simões, a estimativa é que os prejuízos ao comércio e aos serviços possam chegar a cerca de R$ 700 milhões nestes dois primeiros dias.
“Trata-se de um evento que compromete a logística urbana, afeta o transporte público, desorganiza rotas de entrega de mercadorias, reduz o fluxo de consumidores e prejudica o funcionamento de toda a rede de interligação econômica da cidade”, afirmou.
“Em uma metrópole cuja dinâmica econômica depende de mobilidade, conectividade e operação contínua dos serviços, a interrupção prolongada de energia representa um risco direto à produtividade e à competitividade da economia paulistana”, completou.
Recorrência
A Enel é alvo de um termo de intimação emitido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), devido ao descumprimento do plano de contingência durante as fortes chuvas que atingiram a área de concessão da empresa em novembro de 2023.
Na época, cerca de 2 milhões de consumidores ficaram sem luz, alguns por até cinco dias.
Em 2024, a companhia voltou a enfrentar apagões, com problemas no fornecimento para quase 3 milhões de pessoas.
