A BR Distribuidora anunciou nesta quinta-feira (26) a compra 70% da Targus Energia por R$ 62,1 milhões. A compra sela a entrada da BR no segmento de comercialização de energia elétrica.
A aquisição ainda prevê mecanismos de earn-out e opções de compra e venda dos 30% restantes de capital da Targus. A companhia, em operação desde 2017, possui cerca de 200 unidades consumidoras em sua carteira e obteve faturamento próximo de R$ 900 milhões, ano em que negociou o fornecimento de 3,9 mil gigawatts-hora (GWh).
O contrato prevê o pagamento dos valores ao longo dos próximos quatro anos. Mas a operação ainda necessita de aprovação do Cade.
A BR é a maior distribuidora do país, em participação de mercado. Atua na logística e comercialização de combustíveis líquidos, incluindo o segmento de aviação, opera bases e terminais. Em 2019, a Petrobras conclui a oferta de ações que levou a pulverização do controle da BR Distribuidora, deixando de ser uma subsidiária integral.
Novos Mercados
O diretor de Finanças, Compras e Relações com Investidores da BR, André Corrêa Natal, informou que a aquisição está alinhada com a proposta de gestão de portfólio da empresa, visando a abertura de novas opções de crescimento.
Em setembro, Cade aprovou, sem restrições, a entrada da BR Distribuidora no capital da Golar Distribuidora, com até 50% de participação. As duas empresas têm assinado um memorando de entendimento paraa formar uma sociedade para atuar na distribuição de gás natural liquefeito (GNL).
A parceria em negociação é reflexo da aposta da Golar e da BR Distribuidora na oferta de GNL em pequena escala no Brasil, uma modalidade que tem certos limites em termos de competitividade, mas é vista como uma opção para desenvolvimento de mercados não atendidos pela rede de transporte e distribuição de gás natural, e até mesmo concorrer com o gás canalizado.
A Golar está lutando para conseguir arrendar o Terminal de GNL da Petrobras na Bahia, licitação que acabou desclassificada depois da divulgação do envolvimento que seu ex-presidente, Eduardo Antonello, virou alvo da operação Lava Jato por conta de sua atuação na Seadrill, empresa que afreta sondas para perfuração em águas profundas para a Petrobras.
Antonello se afastou do cargo para cuidar da defesa, mas a medida não foi suficiente para que a análise de risco da Petrobras.
Iniciado em dezembro de 2019, o arrendamento do Terminal de GNL da Bahia faz parte do acordo firmado com o Cade (o TCC) que prevê a saída da Petrobras de diversos elos do mercado de gás, como transporte e distribuição.
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