Vice-líder do PSL, o deputado Delegado Waldir (PSL/GO) foi escalado pelo futuro governo para tentar evitar na tarde dessa terça-feira as votações de dois textos que a equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, considera como pautas bombas. O PL 10160/2018, que estende benefícios fiscais para empresas que atuam nas áreas da Sudene, Sudam e Sudeco, e o PL 10985/2018 que prevê solução para o risco hidrológico mas também um ressarcimento bilionário à CEMIG e a criação do Brasduto a partir de recursos do fundo social do pré-sal.
No plenário da Câmara, o deputado do PSL pediu a retirada de pauta dos dois textos e afirmou que a aprovação das matérias poderia causar um rombo de R$ 100 bilhões. Contrário ao acordo entre os partidos para as votações, ele ainda apelou ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), para que votasse outras matérias na sessão de hoje.
Dizendo-se também “pessoalmente contrário” à votação do PLS 209, que está na pauta de hoje, Maia afirmou que não alteraria a pauta e afirmou que “há uma maioria em favor da votação da matéria”. Maia ainda sugeriu que caso seja contrário aos projetos, o presidente eleito tem a opção de dialogar com o presidente Michel Temer para pedir para não sancionar o texto e poderá vetar a matéria quando chegar à presidência em janeiro.
A fala de Waldir foi cortada por diversos parlamentares de partidos da base e da oposição que defenderam o prosseguimento da sessão. Com posição minoritária, em uma última tentativa o deputado do PSL apelou aos deputados “voltem para os seus estados” para não votar. “Se vocês vierem aqui a gente vai votar pauta de R$ 100 bilhões. Esse gasoduto vai tirar dinheiro da saúde e educação”, disse sobre o projeto do Brasduto que será financiado com recursos do fundo social do pré-sal, caso seja aprovado. O projeto do Brasduto foi incluído como emenda no texto do PL 10985/2018 (no Senado era o PLS 209/15) pelo senador Fernando Bezerra Coelho (MDB/PE).
O PSL tem quatro deputados na atual legislatura mas um deles é presidente eleito e deputado licenciado, Jair Bolsonaro. O partido, porém, terá a segunda maior bancada da Câmara a partir de 2019, com 52 deputados. A Câmara segue esta semana em um esforço de votações e prevê sessões plenárias até quinta-feira, quando pode ser votado o orçamento da União de 2019.