CAMPINAS — O armazenamento de energia pode reduzir em até 16% os custos do sistema elétrico brasileiro em 2029, apontou o estudo Acelerando a Transição Energética Brasileira: Meta-Análise Abrangente sobre Armazenamento de Energia no Brasil (.pdf), da consultoria PSR.
Segundo o relatório, tecnologias como baterias de íon-lítio e usinas hidrelétricas reversíveis são as opções mais promissoras para o país nesse sentido.
A PSR aponta que, além de auxiliar a reduzir os custos do sistema elétrico, essas tecnologias podem contribuir para a confiabilidade e viabilizar maior participação das renováveis, sem aumentar a dependência de termelétricas fósseis.
De acordo com o estudo, as baterias de íons de lítio são ideais para aplicações de curta duração, de até quatro horas, oferecendo resposta rápida, implantação modular, além de terem custos em queda.
Já as usinas hidrelétricas reversíveis são mais adequadas para armazenamento de longa duração e em grande escala.
“O armazenamento de energia é peça-chave para a transição energética brasileira. Ele contribui para reduzir custos sistêmicos viabilizando maior participação de fontes renováveis na matriz elétrica, mas precisa de condições regulatórias e econômicas que viabilizem sua expansão”, disse o CEO da PSR, Luiz Barroso.
O relatório indica, entretanto, que as condições de mercado e a tributação ainda tornam os sistemas de armazenamento economicamente inviáveis no Brasil, e que a ausência de regulamentação cria barreiras para sua integração ao sistema.
Segundo a consultoria, as prioridades de médio prazo devem incluir a criação de incentivos fiscais, a realização do primeiro leilão de capacidade dedicado ao armazenamento no Brasil e a melhoria das regras de serviços ancilares.
No longo prazo, devem ser implementados ajustes na precificação de curto prazo e mecanismos para reduzir a restrição da geração de energia renovável.
O estudo destaca que a conclusão do primeiro ciclo do roadmap regulatório de armazenamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) será um passo importante para a inserção dessas tecnologias.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), afirmou, na quarta-feira (15/10), que pretende fazer o primeiro leilão de baterias do país em dezembro deste ano, mas várias etapas necessárias para o certame ainda não foram iniciadas, o que coloca pressão sobre a data.