Causas do apagão

Apagão: incêndio em reator e falha na proteção de subestação causaram desconexão no sistema, diz ONS

Análises preliminares sobre incidente na madrugada de terça (14/10) apontam que evento zero da ocorrência foi um incêndio em um reator em linha de transmissão da Eletrobras

Apagão deixa restaurante no escuro (Foto Paulo Pinto/Agência Brasil)
Apagão deixa restaurante no escuro (Foto Paulo Pinto/Agência Brasil)

RIO — Um incêndio em um reator em uma linha de transmissão operada pela Eletrobras, seguido pela falha na atuação da proteção da subestação Bateias (PR), da Copel, foram as causas do apagão no Sistema Interligado Nacional (SIN) na terça (14/10), segundo a análise preliminar do Operador Nacional do Sistema (ONS). 

As conclusões foram apresentadas em reunião com representantes do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na sexta (17/10). 

Segundo o ONS, o incêndio no reator da linha 500kV Ibiúna – Bateias C2, da Eletrobras, foi o evento zero da ocorrência. Após o incêndio houve atuação correta da proteção que desligou o circuito, seguido do desligamento incorreto do circuito C1 da mesma linha de transmissão.

O operador ressaltou que o desligamento desses dois circuitos, por si só, não traria impacto para a operação do sistema elétrico. 

No entanto, em razão do incêndio, a falta se estendeu ao barramento da Subestação Bateias, da Copel. 

O problema deveria ter sido eliminado pela atuação da proteção do barramento, mas essa proteção não atuou, o que levou a desligamentos múltiplos das linhas de transmissão conectadas à subestação. 

Esses desligamentos implicaram a desconexão do sistema elétrico da região Sul do restante do país. 

Como a região Sul exportava cerca de 5.000 megawatts (MW) para o restante do SIN, houve excesso de geração no subsistema Sul e geração menor do que a carga nos demais subsistemas. 

Estados em todas as regiões brasileiras tiveram o suprimento de energia interrompido a partir das 00h31 de terça (14). 

Segundo o ONS, o restabelecimento das cargas foi iniciado às 00h35min e foi finalizado às 02h15min nos subsistemas Sul, Norte, Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste.

A subfrequência nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Norte e Nordeste no SIN foi controlada pela atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), por meio de corte controlado de carga, com o objetivo de restabelecer o balanço no sistema.

Na região Sul a sobrefrequência foi controlada pelo desligamento de unidades geradoras e pela atuação dos reguladores das usinas remanescentes. 

Uma nova reunião para elaboração do Relatório de Análise de Perturbação (RAP) está marcada para o dia 28 de outubro. Em paralelo, a Aneel também instaurou processos de fiscalização para apurar a responsabilidade dos agentes envolvidos.

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