Curtailment

Aneel nega pedido da Serena para suspender cortes de geração de usinas eólicas e solares

Companhia afirma que teve prejuízos de R$ 35 milhões entre janeiro de 2023 e setembro de 2024

Expansão da geração de energia renovável no Brasil alcança 9,3 GW até outubro de 2024. Na imagem: Vista de usina híbrida eólica e solar fotovoltaica, com inúmeras fileiras de módulos fotovoltaicos, em primeiro plano, e aerogeradores, ao fundo, à direita (Foto Divulgação Voltalia)
Usina híbrida eólica e solar fotovoltaica | Foto Divulgação Voltalia

BRASÍLIA – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) negou, nesta terça-feira (4/2), o pedido da Serena Geração para suspender cortes de geração em empreendimentos eólicos e solares. 

A geradora afirma que perdeu R$ 35,6 milhões entre janeiro de 2023 e setembro de 2024. 

Via pedido de medida cautelar, a Serena pleiteava que os cortes fossem classificados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) como “indisponibilidade externa”, o que traria ressarcimento à empresa.

O relator do caso na Aneel, Fernando Mosna, e o diretor Ricardo Tili deram razão ao pleito da empresa, mas o diretor-geral Sandoval Feitosa e as diretoras Agnes da Costa e Ludimila Lima divergiram e negaram provimento.

“Em casos semelhantes, o Superior Tribunal de Justiça tem reconhecido a necessidade de concessão de medidas cautelares quando há risco de prejuízos financeiros significativos e contínuos, como no caso em questão”, disse Mosna.

O voto divergente, que sobressaiu, negou a medida cautelar e determinou o envio do requerimento da Serena à Superintendência de Regulação dos Serviços de Geração (SGM), para que o mérito do pedido seja analisado.

Mosna propunha que fosse revista a resolução normativa 1.030/2022, que trata de regras do curtailment. 

O chamado curtailment tem sido tema de uma disputa dentro do setor elétrico.

As geradoras alegam que o problema se intensificou após o apagão de agosto de 2023.

A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) e a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar) conseguiram, em dezembro de 2024, uma liminar que determinava ressarcimento pelos cortes, que somavam R$ 1,7 bilhão em 15 meses.

O STJ decidiu a favor da Aneel conseguiu e derrubou a liminar obtida pelas entidades.

O presidente da corte, ministro Herman Benjamin, entendeu que os prejuízos das geradoras não poderiam ser repassados diretamente aos consumidores sem uma análise mais aprofundada sobre os riscos da atividade empresarial.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias