Energia

Aneel homologa resultado final de Leilões A-1 e A-2

Foram R$ 491 milhões em contratos nos dois leilões para fornecimento de 137 MW médios, entre janeiro de 2022 e dezembro de 2024

Foram R$ 491 milhões em contratos nos Leilões de Energia A-1 e A-2 para fornecer 137 MW médios, entre janeiro de 2022 e dezembro de 2024
Para 2022 estão previstos oito leilões de energia ou de reserva de capacidade, conforme cronograma do MME (foto: Eiji Kikuta/Pixabay)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, nesta terça (15/2), a homologação dos resultados dos Leilões de Energia Existente A-1 e A-2, para reforçar o suprimento no mercado regulado – consumidores das distribuidoras.

Realizados em dezembro de 2021, pela Aneel e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), os certames somaram R$ 491 milhões em contratos para fornecimento entre janeiro de 2022 e dezembro de 2024.

Os lotes contratados no Leilão de Energia Existente A-1 devem fornecer 66 MW médios (ou 1.156.320 MWh) para o Sistema Interligado Nacional (SIN) entre janeiro de 2022 e dezembro de 2023, por um preço médio de R$ 209,25/MWh.

As empresas vencedoras foram: Alupar, Brasil, Copel e Safira, que devem entregar os montantes negociados para as distribuidoras Celpa e Cemar.

No Leilão A-2 foram contratados 71 MW médios (ou 1.245.624 MWh), ao preço médio de R$ 199,97/MWh, para suprimento no período de janeiro de 2023 a dezembro de 2024.

Venceram as empresas Eletronorte, Kroma, Máxima Energia e Vivaz Energia, que venderam para as distribuidoras Celpa, Cemar e CPFL Jaguari.

Veja como ficaram os leilões:

Leilão de Energia Existente A-1 (fonte: Aneel)
Leilão de Energia Existente A-1 (fonte: Aneel)
Leilão de Energia Existente A-2 (fonte: Aneel)
Leilão de Energia Existente A-2 (fonte: Aneel)

Leilões para 2022–2024 têm cronograma definido

Para 2022 estão previstos oito leilões de energia ou de reserva de capacidade, conforme cronograma do Ministério de Minas e Energia (MME).

Os lotes dos leilões de transmissão previstos para o ano de 2022 somam cerca de R$ 11 bilhões nos dois certames.

  • Maio: um leilão de energia nova A-4
  • Agosto: leilões de energia nova A-5  e  A-6
  • Setembro: leilão de reserva de capacidade (nos termos da lei 14182/21)
  • Outubro: leilão para suprimento aos sistemas isolados
  • Novembro: leilão de reserva de capacidade na forma de potência
  • Dezembro: leilões de energia existente A-1 e A-2

Para 2023 e 2024 são 7 leilões previstos:

  • Março: leilões de reserva de capacidade (nos termos da lei 14182/21)
  • Agosto: leilões de energia nova A-4 e A-6
  • Outubro: leilões para suprimento aos sistemas isolados
  • Novembro: leilões de reserva de capacidade na forma de potência
  • Dezembro: leilões de energia existente A-1 e A-2

Novas usinas devem aumentar capacidade de geração de energia em 7,6 GW, diz Aneel

Em 8 de fevereiro, a Aneel publicou que o incremento na oferta de energia em 2022 deve chegar a 7.625,08 megawatts (MW) e superar a expansão do ano passado, de 7.562,08 MW.

Em 2021, o país teve o segundo melhor resultado desde 1997 na ampliação da capacidade instalada de geração, diz a agência.

Em janeiro deste ano, 482,21 MW foram adicionados, sendo 344,25 MW de fonte eólica (71% do total do mês) e 137,97 MW de usinas termelétricas.

Seis estados tiveram empreendimentos liberados para operação comercial no primeiro mês de 2022, nas regiões Norte, Nordeste e Sul. Destaque para Rio Grande do Norte (161,50 MW), Bahia (143,50 MW) e Paraná (134,80 MW).

O Brasil inicia 2022 com 181.944,5 MW de potência fiscalizada, de acordo com o Sistema de Informações de Geração da Aneel – o SIGA, que é diariamente atualizado  com dados de usinas em operação e de empreendimentos outorgados em fase de construção.

Do total em operação, 82,99% das usinas usam fontes consideradas sustentáveis pela baixa emissão de gases de efeito estufa.

Hidrelétricas retraíram e térmicas aumentaram oferta em 2021

No ano passado, a média do consumo de eletricidade no Brasil foi de 64.736 MW, volume 4,1% superior a 2020, aponta a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O aumento seria consequência da recuperação econômica, após a crise — política, econômica e sanitária — de 2020 que acompanhou a pandemia de covid-19, sobretudo no primeiro semestre.

Os dados da CCEE também refletem o impacto do avanço da demanda combinado à crise hídrica que afetou o abastecimento dos reservatórios.

As hidrelétricas entregaram 42.462 MW médios para o Sistema Interligado Nacional (SIN), uma retração de 8,8% na comparação anual.

Em compensação, o acionamento de termelétricas — cuja geração de energia é mais cara e poluente — rendeu  16.245 MW médios, uma alta de 43,5%.

Eólica e solar também tiveram altas. Os parques eólicos produziram 8.242 MW médios, volume 27,1% maior do que no ano anterior. Já as usinas solares fotovoltaicas geraram 878 MW médios, montante 29,3% superior.

De acordo com a CCEE, houve crescimento anual de 13,6% no fornecimento pelo mercado livre, que abastece indústrias e grandes empresas (shoppings e redes de comércio). O consumo foi de 22.244 MW médios ou 34,5% da demanda total do SIN.