Armazenamento de energia

Aneel espera divulgar regulamentação de armazenamento de energia em maio

Agência analisa contribuições recebidas na consulta pública, que terminou no fim de janeiro

Diretor da Aneel, Ricardo Tili [na imagem], é o relator do processo para liberar a operação da linha de transmissão no Acre (Foto Divulgação)
Diretor da Aneel Ricardo Lavorato Tili (Foto Divulgação)

SÃO PAULO — A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) espera divulgar em maio a nota técnica para regulamentação de sistemas de armazenamento de energia, após a análise das contribuições recebidas na consulta pública, que terminou no fim de janeiro.

“Assim que as áreas fizerem as análises das contribuições, será emitida a nota técnica, que será encaminhada para minha relatoria. Eu pretendo fazer isso até o mês de maio”, afirmou o diretor da Aneel, Ricardo Tili, nesta quarta (5/2), durante o Energyear Brasil, em São Paulo. 

Segundo ele, o armazenamento de energia será a “próxima fronteira para o desenvolvimento do setor elétrico brasileiro”, permitindo a manutenção da expansão da geração renovável no país. 

“O Brasil se consagrou pela expansão da energia renovável, basicamente a solar, e, por características técnicas dessas energias, o sistema de armazenamento vai agregar características que permitirão a continuação da expansão das renováveis no país”, afirmou.

Ciclos de regulação

A Aneel dividiu a regulação do armazenamento de energia em três ciclos. 

No primeiro deles, a agência tratará dos aspectos mais macro da regulação, visando remover possíveis empecilhos ao desenvolvimento da tecnologia. 

O segundo ciclo incluirá questões mais específicas, como usinas reversíveis de ciclo aberto e fechado, além da possibilidade de desenvolvimento de um sandbox regulatório. 

Nessa fase, também será avaliado o empilhamento de receita, que na avaliação da agência será essencial para viabilizar economicamente os sistemas de armazenamento.

“A ideia é ter um empilhamento de receita para criar uma viabilidade econômica e começarmos a ver esses sistemas com mais frequência no Brasil”, disse o diretor.

Já o terceiro ciclo focará em aspectos mais detalhados, como agregadores de usinas de armazenamento descentralizadas, novos modelos de negócio e o armazenamento após o medidor, ou seja, sistemas instalados em residências ou empresas, detalhou Tili. 

Impacto na distribuição e transmissão 

Tili ressaltou ainda que o armazenamento pode reduzir a necessidade de expansão da rede de transmissão e distribuição, além de agregar eficiência às linhas existentes. 

“O sistema de armazenamento vem no intuito de onerar menos o sistema de transmissão e distribuição, contribuindo para uma diminuição na expansão dessas redes”, afirmou.

O diretor também pontuou a importância de se discutir o armazenamento como um ativo de distribuição, capaz de realizar controle de frequência e tensão na rede.

“Hoje, pensamos no agente armazenamento como um agente complementar à geração ou à transmissão. Eu vou além. Acho que deve ser discutido o armazenamento na rede de distribuição como ativo distribuição fazendo controle de frequência e de tensão”, defendeu.

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