Novo apagão atinge Amapá

Apagão atinge o estado do Amapá
Apagão atinge o estado do Amapá

BRASÍLIA – O estado do Amapá sofreu um novo apagão nesta quinta (8), cinco meses após passar por uma crise de suprimento de energia que durou três dias. O suprimento de energia foi restabelecido às 21h40, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), após três horas de interrupção.

O ONS registrou a interrupção de cerca de 200 MW no estado por volta de 18h30. A ocorrência se deu na linha de transmissão Jurupari-Laranjal, da LMTE, que liga o Amapá ao Pará. Com isso, todos os municípios do estado ficaram sem luz, com exceção do Oiapoque.

Por consequência, houve desligamento de toda o restante da comunicação elétrica no Amapá, incluindo a Subestação Macapá e as usinas hidrelétricas Coaracy Nunes, Ferreira Gomes, Cachoeira Caldeirão e Santo Antônio do Jari.

A Linhas de Macapá Transmissora de Energia S.A. (LMTE) é a mesma responsável pela SE Macapá, que no ano passado teve falha em um dos transformadores e causou uma crise de abastecimento no estado.

“Às 19h02min foi iniciado o processo de recomposição da energia e às 21h40 todo o processo foi concluído. O ONS reitera que, assim que identificou o problema, atuou prontamente para restabelecer o mais rápido possível o fornecimento de energia na região. A próxima etapa é avaliar as causas da ocorrência junto aos agentes envolvidos”, informou o ONS.

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Falta de redundância

Em nota, a concessionária de transmissão garante que a causa está sendo ainda avaliada e que a subestação com seus transformadores funcionam sem ocorrências.

A empresa destacou ainda que ocorrências como essa são comuns no Brasil e que o apagão no estado expõe a fragilidade do sistema elétrico no Amapá “que não conta com redundância devido a questão de planejamento setorial”.

Foco de boa parte das críticas no passado, a Aneel se adiantou e cobrou explicações da concessionária. A LMTE tem um dia para apresentar à agência os esclarecimentos sobre a ocorrência, incluindo análise preliminar da causa e as medidas que estão sendo adotadas para solucionar o problema e evitar reincidências.

Agentes técnicos da Eletronorte foram acionados para auxiliar o restabelecimento do fornecimento de energia e a CEA, distribuidora estadual, recebeu autorização para recompor os sistemas de distribuição, que estão sendo restabelecidos de forma gradual.

O senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP) protocolou ainda na noite desta quinta um requerimento pedindo explicações ao ONS, Aneel e ao Ministério de Minas e Energia.

Segundo o parlamentar, a principal preocupação é que a interrupção no fornecimento de energia possa ter afetado o atendimento de pacientes de covid-19, bem como ter comprometido o armazenamento das vacinas nos municípios.

Em dificuldades financeiras, a titular original das operações da LMTE, Isolux Energia e Participações, foi comprada pelos fundos Apollo 14 FIP-IE e Power FIP IE. O controlador é a Starboard Asset Ltda (80%) com a Perfin Asset Management (20%). Nesta restruturação, a operação das concessionárias foi assumida pela Gemini Energy em janeiro do ano passado.

A Isolux apresentava um histórico de problemas na operação dos sistemas de transmissão na região Norte do país. Apenas em 2019, foi multada em mais de R$ 640 mil pela Aneel por falhas na operação e manutenção em duas concessões: a LMTE (Linhas Macapá Transmissora de Energia) – a mesma da subestação Macapá – e a LXTE (Linhas Xingu Transmissora de Energia).

Desde 2015 até o fim do ano passado, a Aneel registra nove ocorrências de desligamentos nas quatro subestações da LMTE, já incluindo os dois transformadores danificados na semana passada, e 21 desligamentos com corte de carga nas seis linhas de transmissão da empresa.

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