Energia

Acordo entre Brasil e Bolívia prevê manutenção de cota de Jirau e importação de energia

Memorandos assinados entre os países incluíram previsão que a UHE Jirau permanecerá na cota de 90 metros

Foto: Ricardo Botelho/MME
Foto: Ricardo Botelho/MME

BRASÍLIA – Além de acordos para a compra de gás, a visita do ministro de Minas e Energia à Bolívia rendeu acordos relacionados ao setor elétrico. O MME anunciou intenção de modificar a operação da Usina Hidrelétrica de Jirau, que permanecerá na cota de 90 metros.

Segundo informações do site da Jirau Energia, a hidrelétrica de 3,75 GW opera com nível d’água entre as cotas 82,5 m e 90,0 m. Está instalada no Rio Madeira, a 100 km de distância de Porto Velho.

É a quarta maior usina de todo o Brasil e fornece eletricidade equivalente ao consumo de 40 milhões de pessoas, de acordo com o MME.

“A Cota 90 é para a gente manter o nosso pulmão do setor, que são as hidrelétricas e as PCHs, em condição de não precisar inflexionar a geral e mantendo a capacidade de geração por mais tempo. Um terço da energia fica para o povo boliviano e dois terços para o Brasil”, disse o ministro de Minas e Energia.

No fim de 2023, uma grande seca assolou a região e paralisou as operações da UHE Santo Antônio, também instalada no Rio Madeira. À época, o governo cogitou contratar usinas termelétricas para suprir a demanda dos estados de Rondônia e Acre.

Conexão

Brasil e Bolívia também assinaram acordos para a interligação dos sistemas elétricos dos países. As subestações Guajará-Mirim, em Rondônia, e Guayamerin, na Bolívia, serão conectadas. O ministro Alexandre Silveira afirmou que será possível levar energia aos sistemas isolados e dar mais segurança às operações.

“Nós temos três municípios da Bolívia que serão interligados pela distribuição de 250 mil habitantes, pela Energisa do estado do Acre, descarbonizando literalmente aqui, criando um novo mercado de energia para o país, que é um grande gerador”, afirmou Alexandre Silveira.

Deve haver operações como as que já ocorrem, com compra e venda de energia entre o Brasil e os vizinhos Paraguai, Argentina, Uruguai e, até os primeiros meses da gestão de Jair Bolsonaro, da Venezuela.