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Diálogos da Transição
APRESENTADA POR
Editada por Nayara Machado
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Divulgado hoje (1/6) o Tracking SDG 7: The Energy Progress Report mostra que, globalmente, 733 milhões de pessoas ainda não têm acesso à eletricidade e 2,4 bilhões de pessoas ainda cozinham usando combustíveis prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
No ritmo atual de progresso, 670 milhões de pessoas permanecerão sem eletricidade até 2030 — 10 milhões a mais do que o projetado no ano passado.
Produzido pelas agências internacionais de energia, Nações Unidas e Banco Mundial, o estudo mostra que os impactos da pandemia — como interrupções nas cadeias de suprimentos e desvio de recursos para segurar preços de alimentos e combustíveis — afetaram o ritmo do progresso no 7° Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 7).
O ODS 7 trata da garantia de acesso à energia confiável, sustentável e moderna até 2030
Países mais vulneráveis e já atrasados no acesso a energia foram os mais prejudicados. Quase 90 milhões de pessoas na Ásia e na África que anteriormente tinham acesso a eletricidade não conseguem mais pagar por ela.
O documento também observa que as incertezas nos mercados globais de petróleo e gás após a invasão russa da Ucrânia estão agravando a situação, já que os preços de energia estão disparando.
E conclui que, apesar das interrupções contínuas na atividade econômica e nas cadeias de suprimentos, a energia renovável foi a única fonte de energia a crescer durante a pandemia — mas vale lembrar que a capacidade global de usinas a carvão mineral cresceu 18 GW em 2021.
“No entanto, essas tendências globais e regionais positivas em energia renovável deixaram para trás muitos países que mais precisam de eletricidade. Isso foi agravado pela diminuição dos fluxos financeiros internacionais pelo segundo ano consecutivo, caindo para US$ 10,9 bilhões em 2019”, dizem as organizações.
Avanço lento
Em dez anos, o número de pessoas com acesso a eletricidade e a chamada ‘cozinha limpa’, que não usa carvão ou lenha para preparar alimentos, pouco progrediu.
- Em 2010, 1,2 bilhão de pessoas não tinham acesso à eletricidade. Em 2020, o número caiu para 733 milhões;
- No caso da lenha, a quantidade de pessoas usando combustíveis sujos para cozinhar era de 3 bilhões em 2010, e teve ligeira queda para 2,4 bi em 2020;
- O financiamento para países emergentes caiu: de US$ 11,2 bilhões em 2010, para US$ 10,9 bilhões em 2020.
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Mulheres são as mais prejudicadas
Maria Neira, diretora do departamento de Mudanças Climáticas da Organização Mundial da Saúde, explica que milhões de pessoas são mortas por doenças cardíacas, derrames, câncer e pneumonia, pois ainda dependem de combustíveis e tecnologias sujas para cozinhar.
“Mulheres e crianças estão particularmente em risco — elas passam a maior parte do tempo dentro e fora de casa e, portanto, carregam o fardo mais pesado para sua saúde e bem-estar”, alerta.
Para Francesco La Camera, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Renováveis (Irena, em inglês), o financiamento público internacional para energia renovável precisa acelerar, especialmente nos países mais pobres e vulneráveis.
“Não conseguimos apoiar os mais necessitados. Faltando apenas oito anos para alcançar o acesso universal à energia acessível e sustentável, precisamos de ações radicais para acelerar o aumento dos fluxos financeiros públicos internacionais e distribuí-los de forma mais equitativa”.
Cobrimos por aqui:
- Emergentes têm um décimo dos recursos de países ricos para transição
- Por que a transição deve incluir as comunidades locais?
- Maior uso de lenha reflete retrocessos em políticas públicas
Geração distribuída atinge 11 GW no Brasil A geração própria de energia alcançou a marca de 11 gigawatts (GW) de potência instalada nesta terça (31/5), com a maior parte da energia (10,8 GW) sendo gerada por painéis fotovoltaicos.
Desde o início do ano, o setor acrescentou pouco mais de 2,5 GW de potência instalada.
“O ritmo de crescimento da geração distribuída deve se acentuar no segundo semestre. A evolução das notícias sobre preços altos da conta de luz e o fim do período para gratuidade sobre a TUSD são os fatores que, na avaliação da ABGD, terão impacto positivo na busca por novos projetos”, explica Guilherme Chrispim, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD).
A ABGD calcula que o país deverá atingir a marca de 15 GW ao fim de 2022. “O setor está no ano da corrida ao sol”, diz Chrispim.
Parceria para eólica e solar A Hydro Rein, braço do grupo Norsk Hydro para energias renováveis, e o fundo de investimento verde Green Investment Group (GIG), da Macquarie Asset Management, anunciaram uma joint venture para construir e operar um projeto híbrido de geração de energia eólica e solar no Brasil.
Batizado de Feijão, o complexo terá 586 MW de capacidade, nos estados de Pernambuco e Piauí, e foi estruturado no modelo de autoprodução.
A energia foi negociada, por meio de um contrato de compra de energia de longo prazo (PPA) com a Hydro Paragominas e Alunorte, ambas do grupo Hydro — que tem como meta global reduzir em 30% as emissões de CO2 até 2030.
O projeto fornecerá energia à mina de bauxita da Hydro Paragominas e também permitirá à refinaria de alumina da Alunorte instalar novas caldeiras elétricas. Ambos os clientes âncoras do empreendimento estão no Pará.
Cartão amarelo para FIFA Análise da Carbon Market Watch, organização sem fins lucrativos especializada em precificação de carbono, levantou nesta terça (31/5) ‘cartão amarelo’ para o anúncio da Federação Internacional de Futebol (FIFA) de que a Copa do Mundo do Catar será um evento ‘neutro em carbono’.
Segundo o Yellow card for 2022 FIFA World Cup’s carbon neutrality claim, a estimativa da FIFA de que o evento emitirá 3,6 megatoneladas de dióxido de carbono (MtCO₂e) não representa com precisão a pegada de carbono real do torneio.
Hidrogênio na aviação A Airbus anunciou, na última semana, o lançamento de um centro de desenvolvimento zero emissões (ZEDC, na sigla em inglês) para tecnologias de hidrogênio no Reino Unido.
Uma das prioridades será o desenvolvimento de um sistema de combustível criogênico com custo competitivo para a entrada em serviço das aeronaves de passageiros ZEROe da Airbus até 2035. Também pretende acelerar a participação do Reino Unido no mercado de tecnologias de propulsão a hidrogênio.
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