Energia elétrica e combustíveis pesam na maior inflação em 25 anos para o mês de maio

Operação conjunta do Procon, do Ipem e da ANP, em postos de combustíveis, para fiscalizar possíveis práticas abusivas, em São Paulo (ANP)
Operação conjunta do Procon, do Ipem e da ANP, para fiscalizar possíveis práticas abusivas, em São Paulo (ANP)

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Os preços da energia elétrica e dos combustíveis pesaram na inflação oficial, que avançou acima do esperado pelo mercado em maio. O IPCA subiu 0,83%, atingindo 8,06% em 12 meses. É a maior taxa para o mês em 25 anos.

— Segundo o IBGE, o maior impacto individual do mês de maio veio da alta da energia elétrica (5,37%), que sozinha respondeu por 0,23 ponto percentual do IPCA.

— Também pesaram na inflação de maio os aumentos do gás de botijão (1,24%), gás encanado (4,58%), gasolina (2,87%), etanol (12,92%) e óleo diesel (4,61%).

— “Esse resultado do mês tem muito a ver com os [produtos e serviços] monitorados, principalmente energia elétrica e combustíveis”, explicou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

— Em um ano, o diesel, combustível mais consumido no país, acumula alta de 39,26%. A gasolina subiu 45,80%, e o etanol, 65,24%. Valor

— Com a crise hídrica, a bandeira tarifária vermelha patamar 2, o maior acréscimo nas contas do sistema de sinalização de preços, deve ser aplicada até outubro, retornando ao patamar 1 em novembro. O patamar 2 significa um aumento de R$ 6,243 a cada 100 kWh consumidos. MegaWhat

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— Os preços do petróleo seguem firmes acima dos US$ 70 por barril. O Brent registra uma variação pequena, de 0,5% na semana até o momento, mas permanece no patamar de US$ 72, sustentado pelas perspectivas de elevação da demanda.

— O dólar chegou perto de cair abaixo dos R$ 5, mas a alta da inflação no Brasil e o estímulo para compra pela desvalorização recente da moeda americana segurou a queda. No radar, a inflação dos EUA, que será divulgada nesta quinta (10), e a trajetória dos estímulos econômicos por lá, que podem voltar a dar força à moeda americana. Folha

Economia de água. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, voltou a defender a necessidade de poupar água nos reservatórios das hidrelétricas durante o período seco, para ter energia de reserva quando o consumo de eletricidade subir, nos últimos meses do ano.

— “No fim do período seco também vem o pico de demanda, e precisamos garantir capacidade de geração de energia”, disse. Broadcast

— A gestão da crise hídrica para garantir o suprimento de energia – e a redução de custos quando voltar a chover – cria uma disputa com outros usos da água, como navegabilidade em hidrovias e irrigação, importantes para o agronegócio.

Eletrobras. O Ministério de Minas e Energia (MME) reforçou a defesa da aprovação da MP da privatização, com a publicação de projeções de redução do custo da energia para pequenos e grandes consumidores.

— É uma forma de contrapor as críticas do mercado de energia, que classificam as alterações da Câmara de “jabutis” e pressionam pela derrubada das propostas no Senado Federal.

— Segundo os cálculos, a MP teria o potencial de reduzir até 6,34% as tarifas dos consumidores cativos, no cenário base adotado pelo MME. No mercado livre, onde estão os grandes consumidores, a projeção reconhece que os custos podem subir.

O relator Marcos Rogério (DEM/RO) afirmou que a votação no Senado está prevista para a próxima terça (15), uma semana antes da caducidade da MP. Voltou a reforçar que mudanças devem ser feitas, mas a contratação das termelétricas a gás, incluídas na Câmara, permanecerá em seu relatório.

O Cade aprovou a venda da refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para o Mubadala Capital. A troca da operação está prevista para ocorrer até setembro, após a conclusão dos últimos trâmites do negócio.

— A venda é alvo de ações no STF e no TCU por parlamentares de oposição e movimentos de trabalhadores, mas a Petrobras tem conseguido superar os questionamentos. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) lamentou a decisão do Cade.

— “Praticamente, legitimou, e com um prazo apertado, a venda da RLAM e seus terminais com valores baixos, na bacia de almas, e promovendo o que deveria combater, a concentração do mercado de derivados num monopólio regional”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

Alexandre Marques, auditor do TCU afastado por vazar informações falsas para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é filho do gerente executivo de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras e coronel do Exército, Ricardo Silva Marques. Ricardo é amigo de Bolsonaro e foi nomeado para o cargo em 2019.

— O auditor foi afastado do cargo por 60 dias e será investigado pela Polícia Federal após produzir um levantamento não oficial apontando um falso excesso de mortes notificadas por covid-19. A informação chegou a Bolsonaro, que divulgou a informação, sem apresentar provas das alegações. Estadão/Fausto Macedo

Keystone XL chega ao fim. Após anos de controvérsia, a canadense TC Energy Corp decidiu, enfim, encerrar o projeto de construção do oleoduto para movimentar mais petróleo produzido no Canadá para as refinarias americanas. WSJ

— Alvo da crítica de ambientalistas nos EUA, o projeto ganhou sobrevida no governo de Donald Trump. Após os quatro anos da gestão republicana, o presidente Joe Biden decidiu revogar as permissões federais norte-americanas para a construção do oleoduto.

— O impacto ia além do traçado. O Keystone XL era apontado como um investimento estruturante para prolongar o suprimento de óleo do Canadá e o consumo do combustível fóssil pelos EUA, na mira de consumidores que pressionam pela aceleração da transição energética dos dois países.

O diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês), Fatih Birol, defendeu, em evento da FGV Energia que teve também a participação do ministro Bento Albuquerque, que cada país tem autonomia para escolher o caminho para atingir as metas de transição energética, mas o tempo se torna cada vez mais curto.

— “Há uma corrida para atingir as metas do clima, mas não é uma corrida entre países e sim contra o tempo. Alguns países começam na frente. Mas, se todos não atingirem o final, ninguém ganha”, disse.

A recente projeção da IEA, de que seria necessário interromper a aprovação de investimentos no desenvolvimento de novas reservas de óleo e gás, pesou no mercado de petróleo. O governo garante que os cenários não mudam a política de oferta de novas áreas de E&P no Brasil.

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