Energia

Encargos de energia encarecem hidrogênio verde brasileiro, diz diretora da Atlas Agro

Saída é investir em autoprodução, explica diretora de Energia Renovável da empresa, Maria Gabriela da Rocha Oliveira

Apontado como um dos mais baratos do mundo, encargos de energia encarecem hidrogênio verde brasileiro, diz Maria Gabriela da Rocha Oliveira, diretora de Energia Renovável da Atlas Agro, em entrevista ao TotalEnergies Studio durante o Brazil Offshore Wind Summit, no Rio, em 27/3/2024 (Foto: Victor Curi/epbr)
Maria Gabriela da Rocha Oliveira, diretora de Energia Renovável da Atlas Agro, durante entrevista no TotalEnergies Studio, produzido pela epbr na Brazil Offshore Wind Summit no Rio de Janeiro (Foto: Victor Curi/epbr)

RIO – Apontado como um dos mais baratos do mundo, o hidrogênio verde brasileiro – feito com energia elétrica renovável – deixa de ter um preço tão baixo quando são contabilizados os encargos e subsídios para o consumidor final de eletricidade. 

Nesse contexto, a autoprodução surge como solução para garantir a competitividade, disse a diretora de Energia Renovável da Atlas Agro, Maria Gabriela da Rocha Oliveira, nesta quarta-feira (27/3), em entrevista ao TotalEnergies Studio, produzido pela agência epbr na Brazil Offshore Wind Summit no Rio (veja a íntegra acima).

“O Brasil é bem competitivo quando a gente olha só para a geração, porque a gente tem fator de capacidade muito elevado para as eólicas, mas quando você olha da perspectiva do consumidor final de energia (…) adiciona o preço da transmissão, a famosa TUST (…) os encargos setoriais e todos esses subsídios cruzados”, disse.

Segundo a executiva, a solução mais adequada hoje é gerar a própria energia renovável dentro da estrutura de produção, sem precisar passar pela rede.

“Então a modalidade de autoprodução é muito importante para garantir a competitividade desse custo final de energia. Então hoje a gente está pensando no modelo que a gente chama de power-to-nitrogen. Então, é a gente ser dono da cadeia inteira, desde a geração de renovável até a produção ali do fertilizante nitrogenado.”

Gabriela da Rocha acredita que o hidrogênio é essencial para descarbonizar a produção de fertilizantes, pois não há outra solução no mercado para reduzir as emissões desse insumo. 

A Atlas acredita que vai poder oferecer o fertilizante verde ao mesmo preço do convencional. A companhia planeja produzir 500 mil toneladas por ano de fertilizantes nitrogenados com hidrogênio verde a partir de 2027, na fábrica que está sendo construída em Uberaba, Minas Gerais.

Confira a cobertura do estúdio epbr na Brazil Offshore Wind Summit 2024