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Enauta entra em rota de crescimento com aquisições e nova fase em Atlanta

Com Uruguá-Tambaú e Parque das Conchas, empresa incorpora mais de 10 mil barris/dia à produção

Enauta em Atlanta: petroleira independente entra em rota de crescimento com aquisições e nova fase na exploração de petróleo em Atlanta, afirma CEO. Na imagem: Décio Oddone, presidente da Enauta, em entrevista para o estúdio epbr durante a OTC Brasil 2023, no Rio de Janeiro (Foto: Victor Curi/epbr)
Décio Oddone, presidente da Enauta, em entrevista ao estúdio epbr durante a OTC Brasil 2023 (Foto: Victor Curi/epbr)

RIO – As aquisições recentes da Enauta devem adicionar mais de 10 mil barris/dia à produção de petróleo da empresa – que se prepara para uma guinada em 2024.

Depois de um 2023 marcado por problemas operacionais no seu principal ativo, o sistema antecipado de Atlanta, no pós-sal da Bacia de Santos, a petroleira enfim avançou em seu plano de diversificação via aquisições – algo que o CEO da companhia, Décio Oddone, traçou como prioridade desde que assumiu a empresa, em 2020.

Em paralelo, a Enauta espera começar a operar, no segundo semestre do ano que vem, o sistema definitivo de Atlanta, com capacidade de 50 mil barris/dia. A empresa, atualmente, produz cerca de 10 mil barris/dia na concessão.

A companhia anunciou, em menos de uma semana, duas compras:

  • 100% da participação da Petrobras nos campos de Uruguá e Tambaú, no pós-sal da Bacia de Santos, por US$ 35 milhões. Os ativos acumulam, em 2023, uma produção de 5,45 mil barris/dia, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP);
  • e a fatia de 23% da Qatar Energy no Parque das Conchas, composto pelos campos de Abalone, Ostra e Argonauta, na Bacia de Campos, por US$ 150 milhões. O polo acumula uma produção de 25,28 mil barris/dia no ano, dos quais 5,8 mil barris/dia correspondem à participação em negociação.

Os dois ativos terão um peso importante dentro do portfólio da Enauta, que hoje tem em Atlanta o seu único campo produtor de petróleo.

Enauta assume infraestrutura de gás

Com as novas aquisições, a petroleira também se reposiciona na produção de gás

A companhia também possui uma fatia de 45% no campo de Manati, na Bahia. O ativo rendeu à Enauta, no acumulado do ano, uma produção de 813 mil m3/dia.

Com as novas aquisições, a Enauta incorpora um conjunto de concessões que, em 2023, acumulam uma produção líquida para a companhia de 420 mil m3/dia.

Junto com a compra dos campos de Uruguá e Tambaú, a empresa também adquiriu a infraestrutura de escoamento de gás que conecta os campos até a concessão de Mexilhão.

O gasoduto Uruguá-Mexilhão possui 178 km de extensão e capacidade de 10 milhões de m3/dia. O duto, atualmente ocioso, conecta a plataforma Cidade de Santos ao ramal de Mexilhão da Rota 1, operada pela Petrobras, e à unidade de processamento de gás natural de Caraguatatuba (UTGCA).

A Enauta não informou se pretende vender esse gás no mercado. Em Manati, por exemplo, a petroleira comercializa sua parcela de produção para a Petrobras, a operadora do ativo.