Créditos de carbono REDD+

ZEG anuncia unidade de negócios para créditos de carbono na Amazônia

Chamada ZEG Florestal, unidade desenvolve projeto REDD+ em região pressionada pelo agronegócio

ZEG Florestal iniciou suas atividades em Roraima, sendo o primeiro projeto REDD+ do estado | Foto: Divulgação/ZEG
ZEG Florestal iniciou suas atividades em Roraima, sendo o primeiro projeto REDD+ do estado | Foto: Divulgação/ZEG

BRASÍLIA –A ZEG, empresa do Grupo Capitale, anunciou na quinta (20/2) sua nova unidade de negócios dedicada à conservação florestal da Amazônia para geração de créditos de carbono.

A intenção é ofertar títulos a partir de projetos REDD+ seguros, com alta integridade e transparência para o mercado voluntário. Eles serão certificados pela Verra.

Para marcar o lançamento, a empresa apresentou o programa Redd’m (leia-se “redeem” em inglês, que se traduz como “resgate”, ou “redenção”), com diretrizes para o desenvolvimento de projetos de alta qualidade nos aspectos fundiário, preservação da biodiversidade, fomento à bioeconomia, mensuração adequada de emissões de carbono evitadas e transparência das informações.

“Com isso, pretendemos ressignificar os projetos de conservação florestal brasileiros e contribuir para restaurar sua credibilidade internacional”, explica Carlos Jacob, sócio-diretor da ZEG e head da ZEG Florestal.

A empresa nasce com o projeto REDD+ Vale do Rio Branco, em Roraima, em uma área de 14 mil hectares, onde será evitado o desmatamento equivalente a 6 mil campos de futebol.

Localizado a a 150 km de Boa Vista, o empreendimento ocupará uma área que seria legalmente destinada à produção de soja e pecuária, movimento que tem ocorrido recentemente na vizinhança.

“O mundo reconhece a importância da Amazônia e o valor da floresta em pé. Cabe a nós desenvolvermos projetos adequados para que as empresas possam contribuir de forma efetiva no processo de conservação e desenvolvimento da bioeconomia”, defende Jacob.

A demanda para créditos de carbono de soluções baseadas na natureza (NbS, em inglês) pode chegar a US$ 50 bilhões até 2030, segundo estimativas da McKinsey, sendo que o Brasil pode concentrar 15% desse montante.

De acordo com a ZEG, a iniciativa viabilizará a remuneração para manutenção da floresta e é o primeiro projeto deste tipo no estado.

“A geração de crédito de carbono de desmatamento evitado é, em geral, cinco vezes mais econômica que as iniciativas baseadas em reflorestamento tradicionais. Todas as iniciativas são válidas e complementares, mas no contexto que ainda vemos taxas de desmatamento elevadas ano após ano, faz mais sentido priorizar a manutenção da floresta nativa já existente, corrigindo os erros de projetos desenvolvidos no passado.”, explica o executivo.

Além da redução de emissões, o projeto pretende gerar emprego e renda para as comunidades locais por meio do manejo de cerca de 18 mil castanheiras nativas.

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