RIO – A Petrobras informou nesta quarta-feira (10/1) que não tem interesse em renovar a licença de uso de suas marcas para a Vibra Energia “nos atuais termos”. O contrato termina em 28 de junho de 2029.
Entre as marcas estão a da rede “Postos Petrobras”, a de querosene de aviação “BR Aviation” e as gasolinas “Podium” e “Grid”.
“A não renovação da licença permitirá a eventual avaliação de novas estratégias de gestão de marca e oportunidades de negócios para a Petrobras. Qualquer decisão observará a governança da companhia”, afirmou a estatal em comunicado.
A Vibra afirmou que já estava se planejando para o fim do contrato e que o comunicado não muda a estratégia da companhia, pois “a possibilidade da não renovação após 2029 já fazia parte dos planos de médio e longo prazo”.
“Nosso contrato segue ativo e nada muda. Seguimos com excelente parceria com a Petrobras. Uma de nossas principais forças é a parceria que temos com a nossa rede de revendedores. Vamos continuar trabalhando para entregar o melhor resultado, gerando valor e construindo a melhor experiência para os nossos clientes. Porque isso é que nos diferencia”, afirma Ernesto Pousada, CEO da Vibra.
A empresa ressaltou que a parceria com a Petrobras seguirá até o fim do contrato, com o uso da bandeira e das marcas associadas nos 8.300 postos da rede no Brasil .
Petrobras de volta à distribuição?
A Vibra Energia, maior distribuidora do país, foi privatizada por meio da pulverização do controle da Petrobras no mercado de ações. Deixou de ser uma subsidiária, mas manteve a marca Petrobras na bandeira dos postos, além de outros produtos, em contrato até 2029, prorrogáveis por mais dez anos.
Ao longo do primeiro ano do governo Lula, tem sido discutido o retorno da companhia à distribuição de combustíveis, dentro da política de ampliação do papel da estatal e maior controle sobre os preços.
A diretoria da companhia já negou especulações sobre uma eventual compra da Vibra Energia.
Crítico da privatização da antiga BR Distribuidora, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que notícias sobre a recompra da distribuidora são uma “boataria especulativa”.
Em falas recentes sobre os planos da estatal para o futuro, no entanto, Prates abre a possibilidade de uma volta da Petrobras ao negócio de distribuição de combustíveis. Na avaliação dele, a saída da distribuição foi um “erro crasso”, do ponto de vista estratégico, dentro do contexto da transição energética.
Isso porque a BR era o principal elo entre a petroleira e os consumidores finais: não só os motoristas, mas também indústrias, empresas de navegação e do agronegócio, que hoje demandam soluções para descarbonização de seus negócios – justamente as soluções que a Petrobras quer passar a oferecer.