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TAG negocia com Petrobras conexão de Sergipe Águas Profundas à malha de gás

Estatal ainda tenta contratar plataformas para produção de gás natural no offshore do estado

Transportadora Associada de Gás (TAG) negocia com Petrobras conexão de Sergipe Águas Profundas (Seap) à malha de gás natural. Na imagem: Presidente da TAG, Gustavo Labanca, no painel Gás Natural para uma Transição Energética Justa e Segura no ESG Energia e Mercado (Foto: Cris Vicente/IBP)
O presidente da TAG, Gustavo Labanca, no painel Gás Natural para uma Transição Energética Justa e Segura no ESG Energia e Mercado (Foto: Cris Vicente/IBP)

A Transportadora Associada de Gás (TAG) tem um acordo com a Petrobras para a conexão do projeto de produção de Sergipe Águas Profundas (Seap) à malha de gás natural. Os termos do projeto são negociados em confidencialidade. Segundo o CEO da TAG, Gustavo Labanca, a oferta de gás na região pode chegar a preços competitivos.

O investimento na expansão da infraestrutura ajudaria a levar o energético a um mercado potencial que hoje ainda não é atendido pela malha de transporte.

“É uma oferta muito maior, vale a pena fazer esse investimento para atender essa demanda potencial. Vejo como um lado positivo, que vai demandar investimento na infraestrutura, e a gente quer fazer esse investimento para que esse gás esteja disponível para todo brasileiro”, disse a jornalistas no fórum ESG Energia e Negócios, organizado pelo Instituto Brasileiro do Petróleo e do Gás (IBP) no Rio.

A TAG opera 4.500 quilômetros de gasodutos ao longo de parte do litoral Sudeste e do litoral Nordeste do país, além de um trecho que liga Urucu a Manaus (AM), na região Norte.

Recentemente, a companhia trabalhou na expansão dos gasodutos em Sergipe para conectar à malha o terminal de regaseificação da Eneva, em Barra dos Coqueiros. A conexão custou R$ 340 milhões e vai permitir à Eneva negociar acordos flexíveis de fornecimento de gás, sobretudo para o mercado termelétrico.

Ainda não há previsão de datas para que a expansão em direção ao projeto da Petrobras ocorra. Labanca destacou, no entanto, que o maior desafio do projeto está no offshore.

A Petrobras enfrenta dificuldades para contratar as plataformas de produção para o projeto de Seap. As primeiras licitações para o afretamento fracassaram e tiveram que ser reformuladas. Está em análise na empresa, inclusive, a possibilidade de optar pela construção de unidades próprias, no lugar do afretamento.

O projeto prevê a produção de 240 mil barris/dia de petróleo e 18 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural a partir de 2028, segundo a última revisão do plano estratégico da Petrobras.

Fertilizantes podem ser demanda âncora para interiorização

Em relação à interiorização do transporte, Labanca acredita que projetos de fertilizantes podem atuar como uma demanda âncora para viabilizar esses investimentos.

Ele ressaltou, no entanto, que a ampliação da malha vai depender de análises econômicas de projetos concretos.

“Quando se fala de interiorização do gás, esse é o desafio: é ter uma demanda, ver qual é o potencial de demanda adicional e, obviamente, dar a sinalização tarifária correta para que esses investimentos possam acontecer”, acrescentou.

Labanca lembrou que é possível que o custo do gás seja mais caro para os primeiros clientes, mas que tende a ser diluído com a chegada de novos consumidores.

“O desbravador, a demanda âncora inicial, teoricamente, pode ser que pague um pouco mais caro e esse custo vai sendo diluído a partir que outros entram”, ressaltou.

Hubs para biometano

O CEO da TAG também defendeu a criação de hubs de biometano para facilitar a inserção do gás renovável na matriz. A pequena escala e diversidade geográfica da produção do biometano são considerados um desafio para a expansão desse mercado.

Segundo Labanca, os hubs poderiam ser físicos ou comerciais, para viabilizar a negociação do produto renovável em uma região maior.

“São projetos, às vezes, isolados, dispersos. E o que a gente precisa é tentar trabalhar de maneira integrada para poder viabilizar. Eu vejo novas fontes sempre como um potencial de oportunidade para desenvolver a indústria e reduzir preço”, disse.

Cobertura da epbr na ESG Energia e Negócios