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Petrobras mantém previsão de operação de plataformas mesmo com greve do Ibama

Petroleira ainda não tem as licenças para começar a produzir com as duas novas plataformas planejadas para este ano

Petrobras mantém expectativa de iniciar a operação de plataformas este ano mesmo com greve dos servidores do Ibama. Na imagem: Presidente da Petrobras, Magda Chambriard, discursa durante cerimônia de posse (Foto: Rafa Pereira/Petrobras)
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, discursa durante cerimônia de posse (Foto: Rafa Pereira/Petrobras)

RIO – A Petrobras mantém expectativa de iniciar a operação de duas novas plataformas este ano, mesmo com a greve dos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a operação padrão na Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A petroleira ainda aguarda a liberação das licenças de operação para as duas unidades no segundo semestre. Os servidores do órgão estão em mobilização desde o início do ano em todo o país e concordaram em entrar em greve a partir de 1º de julho. Mesmo assim, a companhia mantém a previsão de entrada em operação nas datas previstas.

Além das liberações pelo Ibama, as duas plataformas dependem ainda de vistorias e inspeções da ANP. Os servidores da agência também intensificaram o movimento pela valorização da carreira este mês.

A estatal pediu em fevereiro ao órgão ambiental a licença de operação para o FPSO Marechal Duque de Caxias, que vai ser a terceira plataforma do campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.

A unidade chegou ao Brasil em 27 de maio e, inicialmente, era a única prevista para entrar em operação em 2024 de acordo com o Plano de Negócios 2024-2028. A plataforma terá capacidade para produzir 180 mil barris/dia de petróleo e 12 milhões de m³/dia de gás.

Antecipação de FPSO

Na semana passada, a companhia anunciou que pretende antecipar de 2025 para o quarto trimestre de 2024 a entrada em operação do FPSO Maria Quitéria, no campo de Jubarte, que integra o projeto integrado do Parque das Baleias, na Bacia de Campos. O anúncio foi feito pela nova presidente da estatal, Magda Chambriard, durante a cerimônia de posse, com a presença do presidente Lula. A aceleração das entregas da petroleira é um dos pedidos do presidente à CEO.

No entanto, o FPSO Maria Quitéria também aguarda a licença de operação do Ibama. A Petrobras solicitou a licença em maio, logo depois de ter recebido a licença de instalação do projeto. A plataforma ainda está em deslocamento da China ao Brasil. Quando estiver em operação, a unidade vai ter capacidade para produzir 100 mil barris/dia de petróleo e 5 milhões de m³/dia de gás.

Para ambos os FPSOs, há pendências na ANP relacionadas à segurança operacional e aos sistemas de medição da produção, além da necessidade de autorização de queima extraordinária de gás natural para o comissionamento do FPSO Maria Quitéria.

A ANP precisa inspecionar presencialmente as unidades para essas verificações. O pedido da inspeção presencial do sistema de medição do FPSO Maria Quitéria, inclusive, ainda precisa ser formalizado à agência pela Petrobras.

O tempo máximo para a análise da segurança operacional é de 30 dias, o que não vai ser ultrapassado pela mobilização dos servidores, segundo a agência. No entanto, as demais liberações não têm prazos de conclusão definidos pela legislação.

Questionada sobre eventuais alterações nos prazos de entrada dos projetos devido à mobilização dos servidores, a Petrobras afirmou em nota à agência epbr que mantém a previsão de entrada da nova plataforma de Mero no segundo semestre deste ano e da unidade do Parque das Baleias no último trimestre. Segundo a estatal, até o momento a mobilização dos servidores da ANP não impactou nenhum processo.

Impacto de 2% na produção

Desde maio, executivos da Petrobras já admitiam que a redução das atividades do Ibama poderia afetar até 2% da produção da companhia em 2024. O atraso na entrada em operação das plataformas, no entanto, ainda não está sendo considerado.

Uma das principais preocupações está relacionada à interconexão de poços do campo de Mero à plataforma nos próximos meses. A Shell, parceira da Petrobras no projeto, já indicou apreensão sobre o tema.

“O campo de Mero tem alguns poços a serem interconectados nos próximos meses e essa é uma coisa que preocupa”, disse o presidente da Shell, Cristiano Pinto da Costa, a jornalistas na semana passada.

O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) estima que em 15 de junho o Brasil estava deixando de produzir 80 mil barris/dia a mais de petróleo pela demora na liberação de entrada em produção de poços com a mobilização do Ibama.